
“Ninguém, em segundo nenhum; nem advogado, nem familiar; ninguém nunca cogitou ou propôs a ele que fizesse delação premiada”, afirmou Marzagão, tendo por base conversas com os advogados de defesa e com parentes do senador.
Os advogados de defesa pretendem apresentar ainda esta semana um “pedido de relaxamento” da prisão, sob a justificativa de que o senador em nenhum momento tentou obstruir as investigações que estão sendo feitas em decorrência da Operação Lava Jato. Marzagão disse ainda que isso deve ser feito após o segundo depoimento do senador às autoridades, previsto para os próximos dias.
Na sexta-feira (27), Delcídio recebeu a visita da esposa, Maika do Amaral Gomez. Está prevista uma nova visita dela ainda esta semana. De acordo com o assessor, Delcídio tem sido “super bem tratado” na Superintendência da Polícia Federal, onde está preso desde o dia 25, após ter a prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Leitura
O senador tem dedicado parte do seu tempo à leitura. Atualmente está lendo o livro Brasil: Uma Biografia, de Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Starling. Nos primeiros dias leu o livro A Origem do Estado Islâmico, do jornalista irlandês Patrick Cockburn. Os dois livros foram presenteados por Marzagão.
Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República, Delcídio ofereceu R$ 50 mil mensais à família do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró para evitar a citação do nome do parlamentar nas investigações. Delcídio teria oferecido também ajuda política no Poder Judiciário em favor de Cerveró para que o ex-diretor não fizesse acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal.
Representação
Os partidos Rede Sustentabilidade e PPS entraram, na tarde de ontem (1), com representação no Conselho de Ética pedindo investigação que pode culminar na cassação do mandato de Delcídio Amaral (PT-MS) por quebra de decoro parlamentar. Os partidos de oposição, PSDB e Democratas, assinaram carta de apoio, mas preferiram não assinar a representação para estarem aptos a fazer a relatoria do processo
“Os notórios acontecimentos envolvendo o senador Delcídio Amaral, que foram diagnosticados e denunciados pela Procuradoria Geral da República (PGR) e resultaram em sua prisão por parte da Polícia Federal, constituem claramente o descumprimento do Código de Ética e Decoro Parlamentar. Por isso entramos com a representação no Conselho de Ética”, argumentou o líder da Rede, Randolfe Rodrigues (AP).
Como prevê a Constituição, a representação é assinada pelos presidentes da Rede, Gabriela Barbosa Batista, e do PPS, Roberto João Pereira Freira. Em anexo, segue carta de apoio assinada pelos líderes partidários Randolfe Rodrigues, José Medeiros (PPS-MT), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Como adiantou o jornal O Estado de S.Paulo na edição do último domingo, a estratégia da oposição em não assinar a representação é garantir que os senadores possam participar do sorteio da relatoria do processo, caso seja admitido pelo presidente do Conselho de Ética. O Código de Ética não permite que membros do partido do senador investigado, bem como do partido que representaram contra ele, sejam relatores.
“Se todos os partidos subscrevessem a representação, nós estaríamos com um embaraço regimental porque, pelo regimento, todos eles estariam impedidos de assumir a relatoria”, justificou Cássio Cunha Lima.
A representação será encaminhada ao Conselho de Ética, onde o presidente João Alberto Souza (PMDB-MA), terá cinco dias úteis para decidir pela admissibilidade da representação, podendo dar continuidade ou arquivar o processo de imediato.
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