
"Precisamos de outras opções enquanto vacinas estão sendo desenvolvidas. Uma importante descoberta é que nós identificamos drogas que possuem atividade (em testes de laboratório) contra o vírus da zika", explicou Robert W. Malone, diretor da farmacêutica Atheric Pharmaceutical e parte do grupo de pesquisa Zika Response Group.
A expectativa é que sejam necessários ao menos três anos para que fiquem prontas as vacinas contra o vírus. Até o momento, existem 23 projetos de vacina em desenvolvimento nos EUA, França, Brasil, Índia e Áustria, segundo a OMS. A entidade afirmou ainda que acredita que a vacina só fique pronta após o fim deste surto do vírus.
"Estamos acelerando o desenvolvimento desses remédios em cooperação com a OMS, Departamento de Saúde dos EUA e esperamos começar a trabalhar juntamente com o Ministério da Saúde do Brasil, OPAS e Fiocruz", explica Malone.
De acordo com o cientista, os testes envolvem a contaminação de células in vitro por vírus da zika e o posterior combate com diferentes drogas. Os remédios que combatem a malária, como a amodiaquina, apresentaram resultados satisfatórios. Os primeiros testes apontam que o composto pode bloquear a infecção das células pelo vírus, conta o pesquisador.
A amodiaquina já foi utilizada no passado no Brasil no tratamento da malária, explica André Siqueira, pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz. Ela é um dos princípios ativos de um remédio de baixo custo usado em países africanos contra a malária. O ASAQ custava, em 2014, menos de US$ 1 para o tratamento de três dias dado a adultos, segundo informações da fabricante Sanofi.
Nosso foco é em drogas profiláticas que podem ser disponibilizadas por um baixo custo em todo o mundo e que são seguros para serem usados por grávidas. É muito mais fácil prevenir a infecção do que curar uma existente. Mas é muito cedo para especular isto"
O grupo norte-americano pretende começar testes clínicos em humanos antes mesmo dos Jogos Olímpicos de 2016. Para isso, Malone diz que será preciso "muito trabalho e sorte", além de recursos para a pesquisa. Se esses remédios se tornarem efetivos, podem chegar ao Brasil após autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
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