No total, os pesquisadores analisaram 16 adultos saudáveis, com mais de 65 anos, divididos em dois grupos. Durante oito semanas, um deles recebeu placebo, enquanto o outro tomou cápsulas contendo 4 gramas de óleo de peixe, acrescido de 1,86 grama de EPA (ácido eicosapentaenóico) e 1,5 grama de DHA (ácido docosaexaenóico) – ambas substâncias também conhecidas por protegerem o coração. Nesta dosagem, seu uso é inclusive aprovado pela americana Food and Drug Administration – FDA, para regular o nível de triglicérides.
De acordo com os cientistas, a perda de massa, com a idade, se deve à dificuldade encontrada pelo músculo envelhecido em realizar a síntese proteica necessária para sua manutenção. “Mas esse quadro pode ser melhorado com estímulos nutricionais”, afirma um dos responsáveis pela pesquisa. Segundo a nutricionista Elena Gomes de Sá, especialista em doenças cardiovasculares, o ômega-3 realmente pode estimular a síntese proteica nos adultos e ser útil na prevenção e no tratamento da sarcofenia, mesmo se ingerido em quantidades menores que as altas dosagens utilizadas pelos cientistas na pesquisa: “É inegável que o óleo de peixe, nas quantidades normais encontradas na alimentação, auxilia a manter a massa e a saúde muscular”.
De acordo com a nutricionista, existem outros estudos sobre a substância sendo feitos no momento. “O óleo de peixe também pode ajudar pacientes com doenças cardiovasculares e até reduzir o risco de câncer em mulheres no período pós-menopausa”, diz. Aos interessados em fortalecer a musculatura, ela aconselha, antes de recorrer ao produto em cápsulas, simplesmente incluir na dieta alimentos ricos em ômega-3.
“Os peixes com maior concentração de ômega-3 são a sardinha, o salmão, o atum, o cação, a cavala, o bacalhau e o arenque”, diz Elena. Se não for apreciador desses alimentos, você também encontra a substância nas sementes de linhaça, no feijão, na vagem e na soja.
Por serem ricos em aminoácidos essenciais (substâncias não produzidas pelo nosso organismo), os peixes possuem proteínas com valor nutritivo ligeiramente superior às das carnes vermelhas (como as de boi e porco). Além disso, as proteínas dos peixes são de alta digestibilidade, favorecendo o processo de digestão.
BENEFÍCIOS - Em geral, os peixes possuem menos gordura que a maioria das carnes bovinas e suínas. A percentagem de lipídos (gorduras) da maioria dos peixes encontra-se entre 0,2 a 23,7%. Essa quantidade varia de acordo com a espécie, sexo, idade, tipo de alimentação, estação do ano (verão ou Inverno) entre outros factores. Assim, eles podem ser classificados em: baixo teor de gordura: menor que 2%; médio teor de gordura: de 2 a 5%; alto teor de gordura: acima de 5%.
Os peixes de carne clara como, por exemplo, bacalhau, badejo, corvina, carpa, dourado, garoupa, linguado, pescada; apresentam menor quantidade de lipidos que os de carne escura como, por exemplo, atum, anchova, arenque, cavala, sardinha, salmão e a tainha. Os peixes são ricos em ômega 3.
O tipo de gordura predominante nos peixes é a poliinsaturada diferentemente das carnes vermelhas, as quais contêm uma alta proporção de gordura saturada. A do tipo saturada, quando consumida em grande quantidade, pode ser prejudicial para o coração.
Dentre as “famílias” de gordura polinsaturada, destaca-se o ómega 3, devido aos grandes benefícios proporcionados à nossa saúde, como: diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral (derrame), redução da pressão arterial, acção anti-inflamatória, diminuição das taxas de triglicérides e colesterol total no sangue.
O ómega 3 está presente, em maior quantidade, nos peixes de águas salgadas e frias, como: atum, arenque, bacalhau, sardinha e salmão. Os de águas doces, também apresentam ómega 3, mas em quantidade muito inferior quando comparados aos primeiros.
Os peixes são boas fontes de vitaminas e minerais. Eles apresentam boas concentrações de vitaminas lipossolúveis (solúveis em gorduras), como A, E e, principalmente, D. Também são ricos em vitaminas hidrossolúveis (solúveis em água) como niacina – presente nas reações químicas de liberação de energia em nosso corpo – e ácido pantotênico – essencial no metabolismo de proteínas, carbohidratos e gorduras. Além disso, os peixes contêm vários minerais importantes como, sódio, potássio, magnésio, cálcio, ferro, fósforo, iodo, flúor, selênio, manganês e cobalto.