O ataque ocorreu por volta das 10h15 da manhã (5h15 de Brasília) no centro de Tikrit, cidade onde nasceu o ditador deposto Saddam Hussein. Ele ainda não foi reivindicado.
Os recrutas começaram a se reunir a partir das 6h locais (1h de Brasília) nas proximidades do centro de recrutamento, com o objetivo de ingressar na polícia, cujo efetivo nacional é superior a 440 mil homens.
Quatro horas mais tarde, um camicase ativou seu colete com explosivos em meio aos recrutas, perto do primeiro posto de controle que conduz ao centro, segundo testemunhas.
Inúmeras manchas de sangue e pedaços de carne humana eram visíveis no chão, assim como roupas e sapatos espalhados por toda parte.
Ao menos 37 recrutas e dois policiais figuram entre as vítimas, de acordo com um dirigente da polícia de Tikrit.
O departamento da Saúde da província de Salaheddine, de onde Tikrit é capital, informou, por sua vez, um balanço de 43 mortes e 91 feridos.
A área do atentado foi isolada pelas forças de segurança, enquanto ambulâncias continuavam horas depois a levar vítimas para um hospital.
Esse estabelecimento foi invadido por parentes das vítimas em busca de notícias de seus familiares, ao ponto de a polícia ter que colocar um cordão de segurança ao redor do hospital.
Reunido em urgência, o conselho provincial decretou três dias de luto e decidiu formar uma comissão de investigação para identificar eventuais negligências no dispositivo de segurança ao redor do centro de recrutamento.
Trata-se do atentado mais mortífero desde o ataque em plena missa da Catedral Siríaca Católica de Badgá no dia 31 de outubro. Esta operação reivindicada pelo Estado Islâmico do Iraque, ramificação local da rede terrorista da al-Qaeda, matou 53 pessoas. Cinco membros do comando armado também morreram no ataque.
Este é o primeiro atentado em grande escala desde o início no dia 21 de dezembro do novo governo do primeiro-ministro Nouri al-Maliki, que citou a segurança como uma de suas prioridades.
Mesmo que a violência tenha diminuído expressivamente nesses últimos meses, este atentado evidencia mais uma vez as dificuldades da polícia e do exército iraquianos em conduzir bem suas funções.
Desde o fim da missão de combate do exército americano no dia 31 de agosto de 2010, os iraquianos tiveram que assumir sozinhos as missões de segurança, mas continuam se beneficiando até o fim do ano da perícia das forças americanas.
Trata-se do maior balanço por apenas um ataque desde 17 de agosto, quando um camicase se explodiu nos arredores de um centro de recrutamento do exército em Bagdá, fazendo 59 mortos e mais de 125 feridos. O atentado foi reivindicado na época pelo braço iraquiano da al-Qaeda.
(g1.com)