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Mulheres que recebem implantes de silicone, após a cirurgia de câncer de mama, são mais felizes com suas mamas re-construídas do que as mulheres que recebem implantes salinos, revela um novo estudo americano.O trabalho foi realiza-do por Colleen McCarthy, um cirurgião plástico do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, de Nova York. McCarthy e sua equipe ouviram 472 pacientes sobre a experiência delas em relação à cirurgia reconstrutiva, após o câncer de mama.
Foram ouvidas 176 mulheres com implantes de silicone e 306 mulheres com implantes salinos. O resultado apontou que as mulheres que tinham recebido implantes de silicone estavam mais satisfeitas com a aparência dos seus seios.
Segundo as participantes do estudo, os implantes de silicone apresentavam um formato mais natural. Ambos os im-plantes podem gerar rugas, mas o implante de silicone tende a enrugar menos. O estudo observou que, ao longo do tem-po, as mulheres que haviam recebido os implantes salinos queixavam-se mais de má cicatrização e de que a área ao redor do implante endurecia.
As participantes do estudo que tiveram apenas uma mama removida e reconstruída por meio de implantes salinos apresentavam também problemas de assimetria mamária.
Nos Estados Unidos, o reembolso do seguro de saúde não faz diferença entre implantes de silicone e de solução sali-na. Os cirurgiões também não recebem incentivos financeiros para recomendar um tipo de implante.
Todas as mulheres que recebem implantes de silicone são aconselhados a realizar ressonância magnética cerca de três anos após a cirurgia, para se certificarem de que o dispositivo não se rompeu ou vazou.
A conclusão do estudo, após anos de polêmica em torno de implantes de silicone nos Estados Unidos, fortalece uma medida adotada em 2006, pela FDA- The United States Food and Drug Administration – a de revogar a proibição (que perdurou 14 anos) de implantes de silicone, após a mastectomia.
A proibição em terras americanas se baseava na opinião de grupos feministas e grupos de consumidores , que se preocupavam com o vazamento do silicone e com o apareci-mento de outros problemas de saúde que poderiam ser desencadeados pelo implante.
“Consideramos o estudo americano muito importante porque finalmente, as americanas podem fazer uma escolha es-tética que se encaixa com seus valores e preferências.
Isto é muito relevante para alguém que está se recuperando de um câncer de mama”, destaca o cirurgião plástico, Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada.
Outro aspecto fundamental toca num assunto muito debatido nas clínicas e consultórios: a segurança dos implantes de silicone. “Há mais de 30 anos, a prótese de silicone é uma das técnicas utilizadas para aumentar ou reconstruir as mamas, em todo o mundo, mas, periodicamente, a discussão relativa à colocação dessas próteses e sua relação com o câncer de mama vem à tona. Observamos na prática clínica que esta dúvida é muito recorrente entre as mulheres que desejam colo-car uma prótese de seios.
Muitas vezes, a paciente chega ao consultório ‘bombardeada’ por opiniões ambíguas, muito insegura em relação ao procedimento ”, explica Ruben Penteado, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
A colocação de implantes de silicone com finalidade estética não atrapalha a realização de exames como mamografia, ultra-sonografia e ressonância magnética. “Porém, se os implantes forem muito grandes, pode haver alguma dificuldade na compressão dos seios, diminuindo a qualidade das imagens obtidas e prejudicando o resultado do exame.
Vale enfati-zar que, na mamografia em mulheres com próteses, é necessário realizar a chamada ‘manobra de Eklund’, em que se traciona a mama, para expor ao Raio X apenas o tecido mamário. Se isso não for feito, a prótese poderá interferir no re-sultado do exame”, diz Penteado.