Segundo ela, a ampliação da faixa etária e a maior presença de mulheres entre seus clientes devem-se, principalmente, a causas emocionais e comportamentais para essas ocorrências. “A má qualidade de vida, má alimentação, consumo excessivo de alimentos processados, falta de sono e de atividade física, todos esses fatores levam a uma má qualidade de vida, que ocasiona desequilíbrio no organismo, interferindo diretamente nos problemas capilares”, comenta.
Oleosidade excessiva, caspa, calvície e até a mania de arrancar os cabelos são alguns dos problemas tratados pela terapia capilar. Patrícia Maciel – pioneira entre os ocidentais nessa atividade –, após seis anos de estudos na Takara Belmont, em Nagoya (Japão), trouxe para o Brasil um método exclusivo não invasivo para a recuperação capilar – a Terapia Capilar.
Alguns fatores sazonais e climáticos também têm influência na saúde capilar. De acordo com a terapeuta, o inverno é um período de mudanças de comportamento, desencadeando importantes alterações na pele e nos cabelos: “Recolhimento em ambientes fechados e aquecidos, uso de casacos e gorros, banhos muito quentes e a redução dos movimentos provocam menor oxigenação e diminuem a liberação de endorfina (hormônio responsável pelo rejuvenescimento). Tudo isso, somado à alimentação mais calórica e gordurosa, é fator desencadeante de Dermatite Seborréica”.
Segundo Patrícia, a água quente – que dá uma sensação aconchegante – potencializa o cloro, que prejudica os cabelos. Além disso, provoca o ‘efeito rebote’, pois o óleo, ao ser tirado bruscamente, se reproduz ainda mais, pois as glândulas sebáceas aceleram sua produção. “Já os alimentos mais calóricos aumentam a produção sebácea, formando mais óleo no couro cabeludo, inibindo a oxigenação e obstruindo o poro piloso”, aponta.
Alguns dos problemas mais comuns são os que afetam o couro cabeludo, chamados de Tricoses. Patrícia lista alguns deles:
- Alopecia areata (vulgo pelada) – perda de pelos em todo o corpo, causada por estresse e baixa imunidade. Pode ter também correlação hereditária ou decorrer de traumas emocionais.
- Alopecia androgenética – perda de cabelos e pelos causada basicamente por hereditariedade e agravada por estresse; descontrole hormonal (alta produção de DHT - diidrotestosterona); descontrole sebáceo tópico e hábitos como exposição solar sem proteção, alimentação inadequada e até falta de atividade física.
- Psoríase – lesões na pele, unhas e couro cabeludo, que surgem principalmente em mulheres com histórico familiar e é causada predominantemente por estresse, baixa imunidade, deficiência vitamínica e sensibilidade dérmica.
- Eflúvio telógeno – queda capilar grave, causada por estresse, insônia, depressão pós-parto e pós-cirurgia e uso de medicamentos agressivos sem controle médico. Também são fatores importantes: alterações hormonais, problemas endócrinos e disfunções na tireóide, causadas por regimes alimentares sem acompanhamento médico; alimentação inadequada; ovário policístico e endometriose.
- Tricoptilomania – É ato compulsivo de arrancar os próprios cabelos. Apesar de não ser uma doença do couro cabeludo, as consequências do ato se refletem no mesmo. A doença pode ser agravada por acúmulo de estresse. Neste caso, o problema é psicológico e deve ser tratado por profissionais especializados.
- Dermatite Seborréica – Também conhecida como seborréia, caspa ou eczema. Se manifesta onde existe maior produção de óleo pelas glândulas sebáceas ou a presença de um fungo, o Pityrosporum ovale. São lesões avermelhadas no couro cabeludo que descamam e coçam. Podem ser causadas por alterações hormonais, estresse, clima seco, frio e mudanças bruscas de temperatura.
O tratamento oferecido no Núcleo Capilar Patrícia Maciel é totalmente personalizado. Inicialmente, faz-se uma avaliação de cada caso, quando são analisadas as condições gerais do cabelo, do couro cabeludo e da raiz. Nessa anamnese, também se considera o estilo de vida do paciente.
“Identifico os hábitos alimentares, o meio em que vive, os cosméticos que usa, o estado físico e até o humor. Com base nesses dados, indico o tratamento adequado, que abrangerá aplicações terapêuticas no consultório e manutenção em casa”, relata a terapeuta. Muitas vezes, é necessário um tratamento multiprofissional . “Dependendo do caso, a pessoa pode necessitar de um tratamento com um endocrinologista, ginecologista ou psiquiatra. Isto porque o problema capilar é só o efeito do problema, e nós temos que tratar a causa”, explica Patrícia.
Além dos xampus adequados para cada problema e outros produtos de uso tópico, o tratamento pode incluir também terapia floral. O mais importante, porém, é haver uma mudança de hábitos, não só para a cura do problema apresentado, mas também como forma de prevenção contra futuros problemas capilares. E esta mudança deve englobar apoio psicológico, atividade física com orientação adequada, reeducação alimentar com acompanhamento de nutricionista e cuidados de assepsia corretos com os cabelos, com o uso de produtos adequados para cada tipo.