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A pessoa com deficiência e o direito à acessibilidade: um grito de socorro

10 Out 2020 - 07h10Por Cilene Queiroz (Academia Feminina de Letras e Artes de Mato Grosso do Sul)
A pessoa com deficiência e o direito à acessibilidade: um grito de socorro -

Todas as pessoas têm direito ao acesso à educação, à saúde, ao lazer e ao trabalho. Essas áreas contribuem para a inserção social, desenvolvimento de uma vida saudável e de uma sociedade inclusiva.

A acessibilidade é a possibilidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida usufruir dos espaços e das relações sociais com segurança e autonomia. A acessibilidade tem grande importância na vida das pessoas com deficiência, tendo em vista que sem ela não há acesso aos demais direitos.

Para as pessoas com deficiência física exercerem os seus direitos e fortalecerem sua participação como cidadãos, há necessidade de se atingir alguns objetivos, como o direito a acessibilidade em edificações de uso público. Apesar das dificuldades há conquistas, a exemplo da Lei n° 7.853/89, que promove integração social e define punições quando se negar emprego a estas pessoas, deixar de prestar assistência médico-hospitalar, ou de cumprir ordem judicial e mesmo retardar ou frustrar esta ordem. A despeito da legislação, ainda se percebe pouca preocupação com a acessibilidade destas pessoas aos ambientes em vivem.  

Sou Cilene Queiroz, escritora, pintora, membro da AFLAMS, deficiente física com mobilidade reduzida por sequelas de um AVC prévio. No dia 24 de setembro 2020, no voo de São Paulo, capital, à Três Lagoas - MS, houve um descaso a esse direito. Gostaria que, fechassem os olhos e se imaginassem um deficiente físico, imaginassem-se numa cadeira de rodas, imaginassem-se com todas as dificuldades para andar e, então, abrissem os olhos e se deparassem com a falta de acessibilidade que ainda há no Brasil. Gostaria que as pessoas sentissem o que senti quando tive que, primeiramente, escalar as escadas que subiam para entrar no avião e, depois, descer as escadas, íngremes, até ao chão. Nunca havia sentido tanto medo. Imaginem uma escada muito estreita, tanto que na saída, em Três Lagoas, uma aeromoça por detrás tinha que empurrar um dos meus pés para frente, enquanto outro funcionário tinha que auxiliar puxando-os para frente. Foi um descalabro total! Durante o voo, foi tudo perfeito, os funcionários foram atenciosos, respeitosos e muito agradáveis. Mas não me esqueço do ocorrido no momento do embarque em São Paulo, onde teve um funcionário que disse:

 – “Se ela não entrar logo no avião, vai atrasar o vôo. Dão um jeito logo”.
Como? Deem um jeito? O deficiente físico não dá um jeito para entrar no avião. Por acaso paga menos na passagem? Se esqueceram do grande risco de queda e de lesão nas articulações que corria? Hoje, aconteceu comigo, mas e, amanhã? Pode ser outro deficiente, pode inclusive ser você! Temos que dar um basta, para que isso não se repita. Como? Fazendo rampas por exemplo, para que deem acesso por cadeiras de rodas até ao assento do passageiro com deficiência, no caso dessas aeronaves menores. Fazendo escadas mais largas, ou melhor ainda, utilizando elevadores elétricos que subam o deficiente. Não é simples? Não é bom tratar o deficiente com seus direitos? Não é bom dar acessibilidade àqueles que necessitam?

Gostaria muito que todas as pessoas leiam, falem, discutam, compartilhem e sintam-se motivadas inclusive de postar nas mídias sociais, por que não? E mais ainda, gostaria que a empresa aérea Voepass (Passaredo Linhas Aéreas) e os aeroportos de Congonha, em São Paulo e, o municipal de Três Lagoas, MS, providenciem rampas e/ou escadas mais largas, ou elevadores para aeronaves, para que as pessoas com deficiência possam voar com dignidade e segurança.

Este é um grito de socorro de todas as pessoas com deficiência, para que ouçam o nosso pedido de igualdade. Não queremos sentir-nos vulneráveis. Queremos ter direito à acessibilidade.
 

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