O ciclismo melhora a autoestima, a saúde e transforma o medo em desafio. As pessoas estão de olho nesses benefícios e cada vez mais procuram por esse esporte. Em Dourados, dentre vários grupos de ciclistas, existe o ‘Biketerapia’, fundado em 2017. Liderado pela ciclista Cris Sales, atualmente o grupo conta com a participação de mais de 50 pessoas.
De acordo com Paulo Cesar Gabriel da Silva, o “Paulinho”, membro do grupo, um dos diferenciais do biketerapia é que as pessoas não precisam disponibilizar de muitos recursos financeiros. “O Biketerapia Dourados é um grupo que acolhe pessoas que têm com o ciclismo primordialmente o lazer e que não precisam dispor de muitos recursos. No entanto, há algumas pessoas que buscam superar seus próprios limites e por isso vão se adaptando as tendências que o esporte moderno disponibiliza”, afirmou.
A rotina de pedal do grupo inclui passeios pelas estradas rurais do município e também percursos até cidades vizinhas, entre elas Itaporã, Caarapó, Vicentina, Douradina. Além dos distritos de Picadinha, Panambi, Porto Cambira, Região do Engano, Potreirito, Barreirinho.
“Recentemente fizemos uma atividade ciclística de aproximadamente 150 km, com apoio motorizado com aproximadamente 20 ciclistas envolvendo o dia todo, com parada para almoço em um rancho na beira do Rio Dourados, próximo do Porto Vilma. Nesse tipo de atividade de pedal há que estar treinando e tomar cuidados com alimentação e hidratação apesar do ritmo ser leve durante as rotas”, contou Paulinho.
“A velocidade não é o nosso foco, e sim o passeio. Até mesmo os grupos que praticam competições focados na velocidade, começam treinando os iniciantes em quilometragens gradativas, visando permitir a iniciação a quem busca começar no pedal”, explicou.
Desafios
Os ciclistas relatam que a convivência com os veículos durante a semana não favorecem muito os passeios, além de assaltos e até mesmo assédios que causam constrangimentos já vivenciados por ciclistas do grupo, inclusive até mesmo na Avenida Guaícurus, em horários teoricamente tranquilos. “O que também dificulta a prática do ciclismo é a aquisição dos EPIS (equipamentos de proteção individuais) como capacetes, luvas e óculos que protegem e facilitam que os outros visualizem o ciclista mais facilmente sobretudo ao entardecer, além de protegerem em eventuais quedas nas ruas esburacadas da cidade. As roupas básicas e calçados próprios que também agregam custos.
Ciclismo aumentou na pandemia
O custo de bicicletas e peças teve alta no mercado, o motivo é a escassez de produtos, pois muitas pessoas devido a pandemia , migrou da academia para o ciclismo. O aumento da procura acarretou uma alta em tudo que envolve a pratica do ciclismo no Brasil.
Bruno Paim, uma história de superação
O douradense Bruno Paim, 20 anos, é um exemplo de superação, habilidade e coragem no ciclismo. O jovem, que nasceu com má formação congênita dos membros superiores, na qual os braços terminam na altura dos cotovelos, tornou-se um ciclista profissional, ganhador de várias competições. O jovem encontrou no esporte a possibilidade de subir mais alto no pódio e na vida. No ano passado Bruno Paim conquistou título de melhor do mundo no campeonato Mundial de Mountain na categoria Portadores de necessidades especiais na cidade de Costa Rica (MS). “Era um desafio importante para minha vida. Treinei durante um ano. Foram 24h de prova e mais de 20 competidores. Uma emoção que não tenho palavras para descrever” disse o ciclista em entrevista ao PROGRESSO. “Não consigo imaginar a minha vida sem bike. O fato de não ter os braços não me afeta, Acho que é algo que impressiona mais quem me vê competindo. Nas provas, foco somente na dificuldade de cada trajeto e assim vou deixando as coisas acontecerem”, frisou Bruno.