Filme “Defensorxs” aborda realidades de grupos, entidades e movimentos nas cinco regiões do Brasil. - Crédito: Foto: Divulgação
Realizado pelo coletivo e produtora cearense Nigéria, o filme “Defensorxs” será exibido hoje. As sessões com entrada gratuita acontecem em Dourados, às 19h no Casulo e em Campo Grande às 19h30 no Museu da Imagem e do Som (MIS). Financiado de forma colaborativa, “Defensorxs” aborda um panorama dos direitos humanos através das realidades de grupos, entidades e movimentos nas cinco regiões do Brasil, onde homens e mulheres resistem aos impactos de grandes obras, como Belo Monte, e defendem a justiça social, o território, a livre orientação sexual e outros direitos fundamentais.
O filme tem início com capítulo sobre a luta indígena. No Mato Grosso do Sul, o povo guarani e kaiowá passa por um momento de tensão e conflitos pelo território. A morte da indígena Marinalva aconteceu exatamente durante as gravações de “Defensorxs”. No filme, há um paralelo entre a renovação da tribo, com as imagens das crianças, e as angústias causadas pelas privações de direitos e pelas ameaças constantes de mortes.
Fernanda, com uma coroa na cabeça e roupa de rainha de bateria, Márcio e Rafaelly conduzem a narrativa e mostram como as atividades de ONGs e Associações são fundamentais para os direitos dos LGBTs e como essas populações ainda sofrem preconceito no país.
Em Vitória de Belo Monte, na região Norte, o espectador é convidado a conhecer de perto a situação que pode ser apontada, hoje, como a maior violação em curso no país: os impactos das obras da usina de Belo Monte. O rio e as lágrimas dos defensorxs são agredidos pelo som das máquinas que constroem a usina que está prestes a entrar em operação. O Xingu sofre o impacto do ‘progresso’ e os ribeirinhos estão sem peixe, território e identidade.
“Defensorxs” é uma realização do coletivo e produtora Nigéria, que produziu o longa com orçamento bastante reduzido, se comparado às produções do cinema comercial. “Usamos R$ 40 mil para pesquisar, roteirizar, viajar para quatro cidades do Brasil, alugar equipamentos e ainda pagar uma equipe mínima, quase sempre composta por três pessoas meio que fazendo tudo”, explica o integrante da Nigéria, Roger Pires.
Curiosidades
O filme “Defensorxs” foi bem sucedido no site Catarse e conseguiu financiamento do público para realizar a fase de finalização e adaptação técnica para cinema – mixagem de som, correção de cor, legenda e identidade visual.
A grafia do título do filme sugere a apropriação por todos os gêneros, sendo a pronuncia correta “defensores e defensoras”.
A equipe do filme contou com três pessoas por gravação, revezando as funções e sem hierarquia. Com câmeras HDSLR, microfones e gravadores portáteis, a equipe investiu muito tempo e trabalho na montagem do filme, onde cada membro do coletivo editou um capítulo.
Serviço
Casulo: Rua Reinaldo Bianchi, nº 398, Parque Alvorada
Museu da Imagem e do Som (MIS): Avenida Fernando Corrêa da Costa, nº 559, 3º andar.