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Escolas de samba se dividem entre patrocínio e dinheiro próprio

27 Jan 2016 - 07h00
Dupla Zezé de Camargo & Luciano será homenageada pela Imperatriz Leopoldinense. - Crédito: Foto: DivulgaçãoDupla Zezé de Camargo & Luciano será homenageada pela Imperatriz Leopoldinense. - Crédito: Foto: Divulgação
O patrocínio para garantir enredos das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro é uma das fontes que agremiações buscam para escapar da falta de recursos.


E 2016, para seguir o lema criado em 1956 – “Nem Pior, Nem Melhor. Apenas Uma Escola Diferente” – o Salgueiro tem uma história inusitada. Pela primeira vez no Carnaval do Rio, um investidor propôs que uma escola desenvolvesse um projeto em homenagem a uma entidade espírita. Sugestão aceita, o Salgueiro não revela o nome dele nem quanto foi liberado para o desenvolvimento do enredo. Satisfaz apenas a curiosidade com a informação de que foi a entidade que escolheu a escola.


“O Salgueiro tem um enredo que é patrocinado por uma entidade, o que é diferente. Você já viu isso? Uma escola ser patrocinada por uma entidade, que é ligada ao povo? Me sinto, assim, diferente, neste sentido”, contou à Agência Brasil o carnavalesco Renato Lage.


A escola irá para a avenida com o enredo “A Ópera dos Malandros”. A figura do Rei da Ginga vai ser apresentada com diversas características, para, no fim do desfile, surgir o malandro de fé e de paz. “A gente não está falando do malandro negativo, nocivo. Hoje o que tem mais aí é o malandro ladrão, nocivo ao país, à sociedade. Lava Jato, essa coisa toda. A gente fala mais do malandro poético, que descia do morro e ia buscar o amor na noite”, destacou Lage.


Mas se os enredos patrocinados podem aliviar a falta de recursos, às vezes geram polêmicas que tumultuam a vida das escolas. Em 2015, com o enredo “Um Griô Conta a História: Um Olhar Sobre a África e o Despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos Sobre a Trilha de Nossa Felicidade”, a Beija-Flor de Nilópolis se viu no meio de uma polêmica por receber R$ 10 milhões para destacar o país africano. Depois de muita crítica, a história não ficou totalmente esclarecida. A escola e o governo daquele país negaram que o dinheiro recebido pela Beija-Flor tenha saído dos cofres públicos ou do presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, no poder desde 1979. Discussão à parte, a escola conseguiu o campeonato e este ano quer ficar na frente de novo.


Para 2016, a Beija-Flor chegou a analisar três enredos com possibilidade de patrocínio, mas decidiu ficar com um outro que surgiu da informação de um ritmista da escola. Ele nasceu em Nova Lima, em Minas Gerais, e contou que a cidade tinha um filho ilustre: o Marquês de Sapucaí, enredo deste ano. O nome do marquês é o mesmo da rua onde foi construído o sambódromo e da passarela do samba onde passam as concorrentes no domingo e segunda-feira de desfiles.


A Estácio de Sá também teve oportunidade de desenvolver dois enredos patrocinados e acabou escolhendo um projeto proposto pelo carnavalesco Chico Spinoza: “Salve Jorge! O Guerreiro da Fé”. O presidente Leziário Nascimento gostou da sugestão, até porque é devoto do santo. Ele reconheceu que a crise teve reflexos na agremiação, que, como saída contou com economias próprias, além de buscar materiais mais baratos e de reciclagem. Isso tudo com uma certa dose também de fé, com a participação de São Jorge.


A dupla sertaneja Zezé de Camargo & Luciano será homenageada pela Imperatriz Leopoldinense. A escola não recebeu auxílio direto dos cantores, mas, por onde eles passaram, desde que ficou acertado que seriam o enredo da agremiação, divulgaram bastante o projeto. Fizeram questão de visitar várias vezes os ensaios da quadra e cantavam o samba-enredo. O diretor de Carnaval da Imperatriz, Wagner Araújo, disse que, para equilibrar os gastos com as receitas e não ficar com dívida, o jeito foi fazer uma programação baseada no ano anterior. “Isso é o mais recomendável. Se vier alguma coisa extra aí muda alguma coisa da programação, com um tecido melhor, uma iluminação mais forte, um acabamento diferenciado nas alegorias, mas a programação de carnaval tem que fazer com o que recebeu no ano anterior. Nossa escola não tem um tostão de dívida”, destacou Araújo.

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