O cantor Ziggy Marley, que se apresenta no Brasil
em março - Crédito: Foto: Divulgação
Prestes a desembarcar no Brasil como uma das atrações do Pop Music Festival, que acontece no mês que vem em Porto Alegre, Brasília e São Paulo, Ziggy Marley anda ocupado. Está em processo de finalização de seu próximo álbum, prepara uma mostra que vai rodar o mundo homenageando Bob Marley — em maio faz 30 anos da morte do cantor — e lança em abril uma HQ que promete causar polêmica.Criada em parceria com o escritor Joe Casey e com ilustrações de Jim Mahfood, “Marijuanaman” conta a história de um super-herói vindo de um planeta em que a THC (tetraidrocanabinol) está em extinção. Em razão disso, Marijuanaman busca evitar a destruição dos campos de maconha da Terra, que tem como vilão da vez a empresa farmacêutica Pharmexon.
\"Ele surgiu para defender essa planta, defender a natureza e tentar desmistificar as mentiras e a antipropaganda que a sociedade faz sobre ela. É a planta mais benéfica que existe na face da Terra\", explica o músico, por telefone, em entrevista exclusiva ao G1 - no Brasil, a maconha não é legalizada.
Além do super-herói nada convencional, Ziggy falou ainda sobre música, sua relação com a obra do pai (\"Procuro sempre proteger seu legado\") e suas expectativas sobre as apresentações no Brasil, que incluem também o Rio de Janeiro (\"Será o melhor show que já fiz no Brasil\").
#####G1 — Você já se apresentou no Brasil algumas vezes. Teve a oportunidade de conhecer um pouco da nossa música durante essas viagens?
Ziggy Marley — Sempre ouvi música brasileira, mas não consigo me lembrar de um nome específico agora. Eu simplesmente ouço os discos. O Brasil tem grandes músicos.
#####G1 — Você chegou a ser influenciado por algum artista brasileiro?
Ziggy — Sim, mas é importante que eu diga uma coisa. Fui influenciado não só pela música brasileira, mas por música de muitas outras procedências, como da África, por exemplo. Estão todas no meu sangue, de toda a parte.
#####G1 — No próximo mês de maio, a morte de Bob Marley completará 30 anos . Depois de todo esse tempo, você acha que suas mensagens foram absorvidas?
Ziggy — Sim, acho que suas mensagens sobre amor, paz e compreensão foram bem entendidas, tanto pelas pessoas quanto por outros músicos. Acho que isso demonstra, acima de tudo, respeito à obra do meu pai.
#####G1 — Você pretende organizar algum tipo de evento em sua memória? Talvez um show?
Ziggy — Um show não, mas faremos algo sim. Vamos levar a mostra “Life of Bob Marley”, que ficou em exposição no Museu do Grammy, em Los Angeles, no ano passado, para viajar ao redor do mundo. Será uma celebração não só de sua obra, mas de sua vida. Começaremos a viajar em maio.
#####G1 — O que você acha do lançamento de produtos póstumos e do uso da imagem de Bob Marley hoje em dia?
Ziggy — Existem coisas que eu vejo, mas não gosto. Sobre outras, acho OK. Procuro sempre proteger seu legado, mas, às vezes, é difícil fazer essa avaliação e controlar tudo o que é lançado. Temos que tomar cuidado para não comercializar Bob Marley demais. Mas a minha maior luta é no sentido de preservar sua obra da forma como ele gostaria de mantê-la. E os maiores problemas que encontro são justamente neste aspecto.