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Douradense de 10 anos cria canal para dar dicas de livros

‘Galf, o leitor’ é apaixonado pela leitura e recebe estímulo dos pais desde muito pequeno

09 Out 2020 - 08h01Por Gracindo Ramos
Douradense de 10 anos cria canal para dar dicas de livros - Crédito: Divulgação Crédito: Divulgação

O douradense Gabriel Antônio tem apenas 10 anos, mas é um apaixonado por livros. Com estímulo dos pais, a fonoaudióloga Ellen Freitas e o advogado Flávio Freitas, se tornou um leitor obstinado, principalmente por assuntos relacionados à ciência. Mas Galf, como é conhecido, também adora ler e reler clássicos da literatura infantil como Mafalda e Tintim. No quarto dele há um espaço onde os livros são guardados, porém todos os lugares da casa são espaços de leitura. Quem conta é a mãe: - “Ele lê o tempo inteiro. Inclusive, eu tenho que brigar com ele porque, agora, nas aulas online, se eu descuido, ao invés de estar prestando atenção na aula online, ele está lendo um livro. Ele lê todos os dias, várias horas e já lê livros bem densos, bem mais densos que a maior parte das crianças da idade dele leem”.

Galf aprendeu a gostar de livro desde muito pequeno. “Desde que ele era bebezinho, a gente já lia histórias para ele. Todas as noites, antes de dormir, eu ou o pai, sentávamos na cama para contar uma história. A partir do momento que ele aprendeu a ler, a gente começou a incentivar que ele lesse para a gente. E ele foi tomando gosto pela leitura, e nós o incentivando com novos livros”, explica Ellen. Quando era pequeno, a mãe o levava em atividades de contação de histórias. Freitas também já inseriu a leitura na vida do bebê de apenas 1 ano e meio. A criança já tem muitos livros infantis e todos os dias os pais contam as histórias. Gabriel também lê para o irmãozinho. 

“A gente percebe que o Gabriel tem uma desenvoltura e uma linha de raciocínio muito elaborada. Ele tem um repertório. Começa a conversar com qualquer pessoa e tem muito assunto. Ele é muito curioso, sabe fazer perguntas e sabe dar boas respostas. Elabora o pensamento dele de uma forma muito desenvolta para a idade. A gente percebe que isso tem tudo a ver com a leitura, a influência das coisas que ele lê naquilo que ele fala e na maneira que ele se comunica, troca ideias, na criatividade, nos desenhos que ele faz”, analisa a mãe do menino que já lê livros densos, de até 400 páginas.

Os professores do Gabriel também influenciaram no estímulo à leitura. Ele estuda em escola particular e, segundo a mãe, “sempre teve professores incríveis, que fizeram projetos de leituras maravilhosos. Foram grandes incentivadores de leitura. Atualmente, a professora dele está fazendo um projeto lindo com o livro ‘Meu pé de laranja lima’, que é uma leitura mediada”. Ela conta que o desempenho escolar dele como aluno é bom. “Ele tem déficit de atenção. Isso sempre prejudicou bastante ele na sala de aula. Nunca foi o melhor aluno, mas nunca ficou de recuperação. E é muito apaixonado por ciência, sempre foi”, diz Freitas sobre a vida escolar de Galf.

Como fonoaudióloga, Ellen avalia a influência da leitura no desenvolvimento da criança como essencial. “Meu foco de atuação é o desenvolvimento de fala e linguagem de crianças pequenas. Na minha profissão, isso já é imprescindível”, deixa claro. Ela aconselha os pais sobre a importância, observando que o hábito pela leitura é construído. “A maior parte das crianças que se transforma em leitores assíduos, não é do dia para noite. Ou eles estão vendo pais leitores ou têm alguma referência de algum adulto em volta que lê para ele. E, principalmente, eles têm alguém que dê acesso a livros interessantes. E às vezes a gente demora para descobrir quais livros que interessam para aquela criança. É importante que os pais não desistam, que sejam consistentes e frequentes no incentivo à leitura. Aos poucos descobrindo qual o tipo de leitura que encanta essa criança”, incentiva a profissional da comunicação humana. Mas também alerta que, segundo estudos, “as crianças não deveriam estar tão expostas a eletrônicos. Isso atrapalha o desenvolvimento global da criança, principalmente de desenvolvimento de fala e linguagem. “Eu sei dos prejuízos do excesso de tecnologia traz. Quando ele está com o livro na mão, eu sei exatamente o que ele está fazendo”, argumenta.

Galf, o leitor

Galf leitor aderiu às redes sociais no estímulo à leitura e vem sendo destaque. Ele e sua mãe criaram um perfil no Instagram (@galf_oleitor), onde ele dá dicas de livros, fala sobre ideias criativas e curiosidades. Em setembro, Gabriel foi convidado para participar de uma live com a cientista brasileira e pesquisadora da Universidade de Harvard Raquel Barbosa. Ela está em Boston e é criadora e editora do canal de divulgação científica Instagram.com/querosercientista. “Na live, ele falou que o cientista favorito dele é o Einstein e que ler sobre ele, conhecer sua vida, fez com que libertasse o pensamento dele. E isso foi ele que falou da cabeça dele. Eu nem sabia, foi uma surpresa para mim. A gente percebe o repertório dele quando acontece esse tipo de situação, em que ele dá respostas muito além daquelas que a gente espera. Surpreende a gente com frases desse tipo, que ele elaborou sozinho, com uma vivência adquirida nos livros que ele lê”, diz orgulhosa a mãe Ellen.

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