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Brasil já ‘passou perto’ do Oscar, mas nunca levou

23 Fev 2016 - 06h00
“O Menino e o Mundo” disputa a estatueta de melhor animação – é a primeira vez que o país concorre nesta categoria. - Crédito: Foto: Divulgação“O Menino e o Mundo” disputa a estatueta de melhor animação – é a primeira vez que o país concorre nesta categoria. - Crédito: Foto: Divulgação
O mais perto que o Brasil já chegou de um Oscar foi aplaudindo uma estatueta dos nossos vizinhos uruguaios. Em 2005, o compositor Jorge Drexler recebeu o prêmio de melhor canção por “El otro lado del rio”. Como a música estava no filme “Diários de Motocicleta”, do diretor brasileiro Walter Salles, dava até para dizer que Jorge Drexler era Brasil na Libertadores (e no Oscar). Mas a verdade é que o país jamais levou o maior prêmio do cinema mundial.


A nova chance é em 28 de fevereiro, quando acontece a edição 2016 da grande festa de Hollywood, quando “O Menino e o Mundo” disputa a estatueta de melhor animação – é a primeira vez que o país concorre nesta categoria. O diretor paulistano Alê Abreu, de 44 anos está otimista (acha que dá para ganhar, superando o favorito “Divertida Mente”, da Pixar) e disposto a fazer “guerrilha em Hollywood” para tirar o Brasil da fila.


A indicação anterior do país havia ocorrido em 2015, com o documentário “O Sal da Terra”, coprodução Brasil, Itália e França. O filme sobre o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado era codirigido pelo filho dele, Juliano Salgado, e por Wim Wenders. Mas não levou.Na história do Oscar, o Brasil teve ainda outras “quase vitórias” ou vitórias, digamos, colaterais. Em 1986, por exemplo, William Hurt ganhou a estatueta de melhor ator pelo trabalho no filme “O Beijo da Mulher Aranha”, dirigido por Hector Babenco. O longa era uma coprodução Brasil e Estados Unidos.


Segundo o portal G 1, a primeira vez em que o Brasil foi ao Oscar não ocorreu exatamente por méritos cinematográficos, mas, sim, musicais – e com um de nossos compositores mais célebres de todos os tempos, Ary Barroso (1903-1964). Em 1945, a composição “Rio de Janeiro” disputou a estatueta de melhor canção pelo filme “Brazil”, produção americana dirigida por Joseph Santley. Ganhou “Swinging on a Star”, de James Van Heusen e Johnny Burke, que estava no filme “O Bom Pastor”.


Costuma-se considerar “O Pagador de Promessas”, dirigido por Anselmo Duarte (1920-2009), como grande marco inaugural do Brasil no Oscar. Em 1963, o longa baseado na peça de Dias Gomes (1922-1999) concorreu ao prêmio de melhor filme estrangeiro – e perdeu para uma produção francesa, “Sempre Aos Domingos”.


O Oscar veio, mas não propriamente para o Brasil. Foi mais ou menos igual aconteceria com “El otro lado del Rio” duas décadas mais tarde. Só que aqui o prêmio foi de melhor ator, para William Hurt, numa coprodução Brasil e Estados Unidos e dirigida pelo argentino naturalizado brasileiro Hector Babenco. “O Beijo da Mulher Aranha” teve ainda outras indicações ao prêmio da Academia de Hollywood: melhor filme, diretor e roteiro adaptado.


A segunda indicação do Brasil a melhor filme estrangeiro ocorreu em 1996, com “O Quatrilho”, de Fábio Barreto. Comovente, a história não levou a estatueta, sendo preterida pelo holandês “A Excêntrica Família de Antonia”.


Baseado no best-seller homônimo lançado em 1979 pelo jornalista, escritor e político Fernando Gabeira, “O que é Isso, Companheiro?” concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro e, a exemplo de “O Quatrilho”, perdeu do holandês (no caso, “Caráter”).


Por razões de Fernanda Montenegro, “Central do Brasil” está para o Oscar 1999 assim como a seleção de 1982 está para a Copa do Mundo daquele ano. E mais: Fernanda concorreu à estatueta de melhor atriz. Mas nenhum dos dois levou. O filme perdeu de “A Vida é Bela”.

Trave


Pela primeira vez (e acabou sendo a única até hoje), o Brasil era indicado ao Oscar de melhor curta-metragem em live-action (com atores de verdade, não animação). O nosso candidato foi “Uma história de Futebol”, de Paulo Machline. Em 2003, “Cidade de Deus” foi ignorado por Hollywood e ficou fora da disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro – o Brasil havia selecionado o longa de Fernando Meirelles para tentar a vaga. Mas, no ano seguinte, a Academia mudou de opinião e colocou “Cidade de Deus” para concorrer em quatro categorias: melhor diretor, melhor roteiro adaptado (Bráulio Mantovani), melhor fotografia (César Charlone) e melhor edição (Daniel Rezende). Nenhum deles conseguiu a estatueta.


Foi uma indicação polêmica. Coprodução Brasil e Reino Unido, “Lixo Extraordinário” concorreu na categoria melhor documentário, mas o componente nacional do longa não pôde ser integralmente celebrado. Isso apesar de o tema ser o artista plástico brasileiro Vik Muniz e de o filme ter sido em parte rodado num lixão do Rio. É que, quando anunciou a indicação, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood listou somente a diretora Lucy Walker e o produtor Angus Aynsley, ambos britânicos. Deixou de incluir o nome de João Jardim, brasileiro que codirigiu a obra.


Matematicamente falando, jamais houve melhor possibilidade para ganhar. Com a música “Real in Rio”, da animação “Rio”, Carlinhos Brown e Sergio Mendes disputavam o Oscar contra um único concorrente. E perderam: o prêmio foi para “Man or Muppet”, tema de “Os Muppets”.


“O Sal da Terra”, tinha todas as credenciais para levar a tão cobiçada estatueta. A começar pelo tema: o premiado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado. Além disso, era codirigido pelo cultuado cineasta alemão Wim Wenders, que dividiu a função com Juliano Salgado, filho de Sebastião. E era coprodução internacional, envolvendo Brasil, Itália e França. Mas nada disso adiantou: a Academia preferiu dar o prêmio a “CitizenFour”, de Laura Poitras, sobre o vazamento de segredos dos Estados Unidos por Edward Snowden.

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