Uyara Torrente, vocalista da Banda Mais Bonita
da Cidade - Crédito: Foto: Daigo Oliva/G1A banda curitibana começou a apresentação às 22h50 com trecho inicial de “Cantiga de dar tchau” só com a voz de Uyara Torrente, cantora chamada insistentemente de “linda” pelo público, que doou um agasalho em troca do ingresso. \"A gente queria pedir uma salva de palmas para vocês mesmos, porque parece que essa foi uma das maiores doações [no Studio SP]”, convocou o guitarrista Rodrigo Lemos, na primeira vez que o grupo falou aos fãs no show.
Algumas das letras complicadas da banda foram entoadas pela plateia formada por pessoas na maioria entre 18 e 20 anos. Em 16 músicas cantadas em pouco mais de uma hora, a banda deixou claro que pode rimar com qualquer objeto, de qualquer cômodo. Sobram versos para lâmina de barbear, freezer, microondas, privada e, claro, a penteadeira mais cantada das últimas semanas, citada em \"Oração\".
O hit, com participação do compositor Leo Fressato (chamado ao palco outras duas vezes), ficou para o fim do show, mas não foi o único momento de celebração. Com letra que faz lembrar Arnaldo Antunes, \"Lobotomia\" agradou os presentes. \"Mercadorama\" versa sobre “uma noite tão quente, bacana e com pizza” e só não foi tão aplaudida e cantada quanto \"Aos garotos de aluguel\", “Boa pessoa” e “Canção para não voltar”.
A fã Jolice Takiguti, 18 anos, tentou explicar de onde vem toda essa devoção. \"É muito melhor ao vivo do que poderíamos esperar. Pelo que mostrou hoje, parece que tem qualidade. Lembra um pouco Los Hermanos e Teatro Mágico\", arriscou ela, que define o som como uma mistura de música brasileira \"bicho grilo\" e uma levada mais indie, puxada para as canções do americano Beirut. Vinicius Conte, 18, também enxergou uma relação do grupo com sons mais alternativos. “Ela é indie, mas é mais famosinha. É para quem gosta de bandas novas independentes, como o Apanhador Só [grupo gaúcho].”
Canja da maquiadora
O set trouxe ainda “Romance de uma caveira”, versão pesada para música da dupla sertaneja Alvarenga e Ranchinho - com participação de Diogo Perin, da curitibana Banda Gentileza. O peso pouco comum na apresentação permanece em \"Balada da bailarina torta\". A canção contou com o reforço de uma guitarra, tocada por Habacuque Lima, da banda paulistana Ludov. O show retornou aos sons mais etéreos em “Ótima” e continuou com essa pegada.
“Nunca” foi levada quase inteira só com teclado e voz. “É impossível não chorar com essa música”, disse a vocalista. O público pareceu estar tão entregue que a Banda Mais Bonita da Cidade resolveu convidar a maquiadora do grupo para uma participação. Ela tocou triângulo em “Tchau”, da banda indie paulistana Pullovers.
Com a plateia na mão, o grupo encerrou com o crescendo de \"Oração\". O culto à banda terminou com chuva de papel picado e uma performance exaltada de Fressato, que berrou no microne: \"Cabem até 500!\", comemorando a lotação da casa. O grupo retorna ao Studio SP no dia 16 de junho. Dessa vez, as entradas saem por R$ 25.
Antes, tocam em Curitiba (9), no Sesc da Esquina (Rua Visconde do Rio Branco, 969, Mercês; ingressos estão esgotados), e no Rio de Janeiro (12), no Teatro Rival (Rua Álvaro Alvim, 33, Cinelândia). Ingressos custam R$ 50.
Veja o repertório completo do show da Banda Mais Bonita da Cidade:
1 – “Cantiga de dar tchau”
2 – “Mercadorama”
3 – “Lado frágil”
4 – “Lobotomia”
5 – “Aos garotos de aluguel”
6 – “Oxigênio”
7 – “Romance de uma caveira”
8 – “A balada da bailarina torta”
9 – “Ótima”
10 – “Solitária”
11 – “Canção para não voltar”
12 – “Nunca”
13 – “Boa pessoa”
14 – “Se eu corro”
15 – “Tchau”
16 – “Oração”
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