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A árvore da vida' leva a Palma de Ouro em Cannes

23 Mai 2011 - 17h20
O produtor Bill Pohlad, de \"A árvore da vida\", recebe a Palma de Ouro das mãos da atriz Jane Fonda neste domingo - Crédito: Foto: ReutersO produtor Bill Pohlad, de \"A árvore da vida\", recebe a Palma de Ouro das mãos da atriz Jane Fonda neste domingo - Crédito: Foto: Reuters
O filme \"A árvore da vida\", do diretor americano Terrence Malick, levou a Palma de Ouro, o principal prêmio de Festival de Cinema de Cannes, neste domingo (22). A produção é protagonizada por Brad Pitt e Sean Penn e marca a volta de Malick ao cinema após seis anos sem produzir um longa-metragem.

O produtor Bill Pohland recebeu o prêmio no lugar de Malick, conhecido na indústria do cinema como um recluso notório - ele também não veio a Cannes para a primeira exibição do longa, no início da semana passada.

A Palma de Ouro foi entregue pela atriz Jane Fonda.

\"Falei hoje cedo com Terrence por telefone e ele continua tímido, reservado e humilde como sempre. Mas sei que ele está muito contente com esse prêmio. Foi uma longa jornada\", disse o produtor.

\'O\' filme

\"Sentimos claramente que esse era \'o\' filme\", disse o presidente do júri, Robert De Niro, em entrevista coletiva após a premiação. \"Por seu tamanho, sua importância, ele parecia caber na Palma de Ouro\", completou.

\"É sempre uma decisão muito difícil porque há outros filmes que são muito bons também. Mas esse trabalho de decisão é um processo que nunca é perfeito, sempre vai ter alguma escolha que não é cem por cento. Mas [quanto ao filme do Malick] a maioria de nós achou que era incrível\", enfatizou De Niro.

Também integrante do júri, o ator Jude Law saudou a vitória do ambicioso porém comercialmente arriscado \"A árvore da vida\" como um exemplo para que outros cineastas em Hollywood e no Reino Unido possam seguir. \"O festival é um bom ponto de partida. Ao dar um prêmio a um filme que talvez não seria tão visto traz mais atenção para ele. Mas muito da responsabilidade também está nas mãos dos cineastas.\"

Mas, para Uma Thurmann, que também é jurada desta edição, as eventuais dificuldades de distribuição de filmes supostamente menos comerciais como \"A árvore da vida\" estão com os dias contados. \"Hoje os filmes estão sendo vistos no computador, no Netflix, projetados na parede do quarto de uma criança... Acredito que a tecnologia já está trabalhando em favor de tornar todas as mídias mais acessíveis no mundo inteiro.

Kirsten Dunst

Já os prêmios de atuação foram para Kirsten Dunst, do dinamarquês \"Melancolia\", e Jean Dujardin, do francês \"The artist\". O diretor americano Nicolas Winding Refn foi eleito o melhor desta edição de Cannes, por \"Drive\".

\"Uau! Que semana!\", desabafou Kirsten Dunst após receber o prêmio na categoria, que estava cercada de incertezas depois da expulsão de Von Trier do evento por causa de suas polêmicas declarações dias atrás. \"Queria agradecer ao festival por manter o filme em competição e a Lars por me deixar ser tão corajosa e livre no filme. Essa é uma noite muito especial para mim\", revelou a atriz americana com lágrimas nos olhos.

O prêmio de melhor direção foi para Nicolas Winding Refn, por \"Drive\". \"É uma grande coisa receber esse prêmio, já que o cinema é o veículo do diretor\", comemorou o cineasta.

\"Agradeço ao júri pelo bom gosto, agradeço a Alejandro Jodorowski que uma vez me disse que se eu quisesse fazer filmes em Hollywood tudo o que eu precisava era sorrir sempre, e agradeço à minha mãe, que desde que eu nasci sempre me disse que eu sou um gênio.\"

O grande prêmio da mostra acabou em empate. Foi dividido entre o turco \"Once upon a time in anatolia\" e o belga \"O garoto de bicicleta\".

\"Eu realmente não esperava ganhar. Especialmente com um filme tão longo e difícil\", disse o diretor turco Nuri Bilge Ceylan de seu \"Once upon a time in Anatolia\", exibido pela primeira vez no penúltimo dia da competição. \"Achei que poderia ser cansativo demais para vocês\", completou, dirigindo-se ao júri do festival.

História de fé
\"A árvore da vida\", o grande vencedor do Festival de Cannes 2011, narra basicamente duas histórias em paralelo. A mais prosaica trata da criação de uma família americana dos anos 50 numa cidadezinha típica do período. A mãe, interpretada por Jessica Chastain, esforça-se para educar os três filhos meninos com valores de amor e religião. O pai (Pitt), linha-dura e agressivo, tenta impor os seus através de disciplina e opressão.

Sean Penn é o filho mais velho dos O\'Brien e quem puxa a linha narrativa dessa história, de trás para frente, do momento da notícia da morte prematura de um dos irmãos voltando até o nascimento e a infância das crianças.

Refletindo, possivalmente, as próprias dúvidas religiosas da mãe, que sofre para entender \"por que o Deus que dá é o mesmo Deus que tira\" a vida de seu filho, o cineasta reajusta seu foco para o macro e encadeia longas - e belíssimas - sequências sobre a criação do universo, da formação geológica ao surgimento da vida na Terra.

Acompanhadas de uma trilha operística grandiloquente, as cenas lembram Stanley Kubrick e sua \"Odisseia no espaço\" mas remetem também e principalmente ao fascínio de Malick por filmar a natureza em sua breve e concisa filmografia - depois de sua estreia na década de 70 com \"Terra de ninguém\" e \"Cinzas no paraíso\", ele ficou 20 anos sem lançar nenhum filme antes de voltar com \"Além da linha vermelha\", em 1998, e \"Mundo novo\", em 2005.

\"A árvore da vida\" - que irá chega ao Brasil em 24 de junho - estava previsto para estrear em Cannes no ano passado, mas não ficou pronto no prazo.

Confira a lista completa dos premiados no Festival de Cannes 2011:


Palma de Ouro: \"A árvore da vida\", de Terrence Malick (EUA)

Atriz: Kirsten Dunst, por \"Melancolia\" (Dinamarca/Suécia/França/Alemanha)

Ator: Jean Dujardin, por \"The artist\" (França)

Diretor: Nicolas Winding Refn, por \"Drive\" (EUA)

Roteiro: \"Footnote\", de Joseph Cedar (Israel)

Grande prêmio: empate entre \"O garoto de bicicleta\" (Bélgica/França), de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne, e \"Once upon a time in Anatolia\" (Turquia), de Nuri Bilge Ceylan

Curta-metragem: \"Cross country\" (Inglaterra), de Marina Vroda
Prêmio Câmera de Ouro (para diretor estreante): \"Las acacias\" (Argentina/Espanha), de Pablo Giorgelli

Prêmio de júri: \"Polisse\", de Maiwenn Le Besc (França)

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