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Era dos “apertamentos” tem até imóvel de 14 m² em áreas nobres de SP

23 Nov 2015 - 09h35
Apesar da disparada nos lançamentos, o valor de venda de apartamentos de um dormitório em São Paulo caiu consideravelmente. - Crédito: Foto: LEANDRO FONSECAApesar da disparada nos lançamentos, o valor de venda de apartamentos de um dormitório em São Paulo caiu consideravelmente. - Crédito: Foto: LEANDRO FONSECA
Um lançamento imobiliário previsto para este mês (novembro) marcará o auge de uma era – a era dos “apertamentos”. O prédio, que será erguido no bairro do Bom Retiro, na região central de São Paulo, terá imóveis de 14 metros quadrados. Ou seja, mais ou menos quatro passos de largura por três de comprimento: quase o tamanho de uma vaga de garagem.

Agora imagine espremer num espaço desses uma cozinha, um banheiro, uma cama de casal, uma mesa, algumas cadeiras. Ah, e o morador, claro, já que o apartamento será feito para que alguém viva nele. Naturalmente, o preço do imóvel será proporcional à sua pequenez. Cada um vai custar 89 000 reais. “Acho que é possível fazer imóveis ainda menores”, afirma Alexandre Frankel, presidente da Vitacon, incorporadora que erguerá o prédio.

Assim como tantos outros, o mercado imobiliário se movimenta em grandes ondas. Ninguém se preocupava em ter churrasqueira na varanda até outro dia — mas hoje a moda é essa, e de repente esse se tornou um item de primeira necessidade na chamada “vida moderna”. Foi assim com os prédios “neoclássicos”, depois com os condomínios-clube e por aí vai. Há coisa de três anos, começou a onda dos “apertamentos”.

Em 2009, apenas 500 apartamentos com menos de 40 metros quadrados foram lançados na Grande São Paulo, região que concentra a maior parte dos imóveis desse tipo no país. O número come­çou a aumentar, mas aos poucos, até que em 2013 a moda pegou de vez. Quase 8 000 “apertamentos” foram lançados naquele ano.
Em 2014, outros 10 000. Aquela era a última fronteira do mercado imobiliário, que procurava atender uma demanda de solteiros e recém-casados por imóveis práticos, mais baratos e em prédios repletos de serviços. Parecia fazer sentido, mas há sinais claros de que as construtoras exageraram na dose. Hoje, há “apertamentos” demais para compradores de menos.

Os sinais de um excesso de oferta são claros. Apesar da disparada nos lançamentos, o valor de venda de apartamentos de um dormitório em São Paulo caiu de 305 milhões de ­reais, em agosto do ano passado, para 139 milhões, em agosto deste ano. É a maior queda entre as categorias de imóvel pesquisadas pelo Secovi, associação dos empresários do setor imobiliário. Vender, hoje, está demorando muito mais.

Segundo o ZAP, maior portal de anúncios de imóveis pela internet, o interesse dos potenciais compradores de um dormitório caiu 41% desde janeiro — bem mais do que a queda de 18% para os interessados em dois, três e quatro dormitórios. Como resultado, os anúncios desse tipo de imóvel permanecem mais tempo na base do site: de 94 dias, em julho de 2014, para os atuais 130.

Nos últimos cinco anos, cerca de 130 construtoras ergueram prédios com apartamentos pequenos. Quase 90% deles na cidade de São Paulo, onde há grande concentração desses imóveis em poucas regiões. Um levantamen­to da empresa de análise de dados Geo­fusion, mostra que apenas cinco bairros — Brooklin, Campo Belo, Consolação, República e Vila Olímpia — receberam quase metade dos apartamentos pequenos lançados entre 2010 e 2015. Nos bairros Consolação e República, os “apertamentos” representaram cerca de 60% do total de imóveis lançados nesse período. A consequência disso é que a dificuldade para vender é maior. O entrave serve, tanto para os imóveis prontos, quanto para os que ainda estão inacabados.

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