O ato de lançamento do projeto de reconstrução da Escola Estadual “Presidente Vargas” me deu a oportunidade de voltar ao tempo e lembrar da época em que, naqueles bancos escolares, estudei do atual sétimo ano até a conclusão do ensino médio. Enfrentando dificuldades enormes, recebi o estímulo de professores e diretores que até livros me doavam ou emprestavam, pois não tinha condições de comprá-los.
Isso foi entre os anos 1968 e 1972. Antes, junto comigo e depois, milhares de pessoas passaram pela Escola Presidente Vargas e muitos hoje moram nas mais diferentes partes do país, exercendo as mais diferentes profissões e fazendo parte dos mais diversos níveis sociais. O certo é que, da mesma forma que eu, todos devem o que hoje são, aos ensinos obtidos naquela escola.
Os anos se passaram e nesta sexta-feira (8) tive a oportunidade de concretizar a devolução de um pouco da generosidade que a escola me ofertou quando nela estudei. O lançamento das obras de reconstrução começa a pavimentar a concretização de uma luta que iniciamos eu, o atual senador Waldemir Moka, a secretária estadual de Educação Nilene (representando o governo do Estado) pais, professores, diretores, enfim, toda a comunidade escolar.
Ao me dirigir aos presentes na solenidade de lançamento da reconstrução, tive o prazer de vislumbrar, na platéia, a Professora Neusa do Amaral, a viúva do primeiro diretor do Presidente Vargas, Professor Celso Müller do Amaral. Foi um dos meus professores quando ali estudei, mas esse merece uma deferência pessoal, pelo fato de ter sido o responsável pelo início de toda a história que veio depois: foi o doador da área em que o estabelecimento de ensino foi construído.
Para fazer um pouco de justiça a essa figura que tanto lutou pela educação em Dourados, há alguns anos, eu e o atual deputado estadual Laerte Tetila, pedimos ao governo do Estado para denominar a antiga Escola do Jardim Leste com o nome do Professor Celso Amaral. Agora, assumi o compromisso de articular para que o anfiteatro da “nova” escola Presidente Vargas também receba essa denominação.
De acordo com o compromisso assumido pelo governador André Puccinelli em sua fala no ato de lançamento, após a conclusão do processo licitatório (que deve demorar em torno de 60 dias), a reconstrução deverá acontecer num prazo de um ano e meio. Ou seja, a escola estará pronta para abrigar os alunos no ano letivo de 2013.
Sei que os alunos que hoje freqüentam o prédio alugado estão passando por momentos difíceis. Mas esse é o preço que estamos pagando pelo fato de, durante muitas décadas pouco se ter feito para reestruturar a escola, que ao longo dos anos foi ganhando “puchadinhos” para abrigar o número crescente de alunos. Por isso, antes que as paredes desabassem em cima da cabeça dos alunos, a direção da escola resolveu levar os estudantes para um prédio improvisado.
A demora na solução dos processos burocráticos serviu para as críticas de muitas pessoas que se aproveitaram da situação para poderem captar dividendos eleitorais. Céticos, não moveram uma palha sequer na luta para mudar a situação caótica da Escola. Mas quando alguém se dispôs a fazê-lo, trataram de trabalhar pelo descrédito da nossa proposta. Decepcionaram-se.
Em minha fala no lançamento, fiz um paralelo entre os céticos de hoje e os de antes, aqueles que diziam que um menino pobre como eu jamais chegaria a ser médico e a triunfar na vida política. Como os descrentes de hoje, foram contrariados. Os de hoje verão, em poucos meses, o triunfo da nossa luta por uma educação melhor.
######Médico, deputado federal (PMDB-MS)
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