Aluno da UEMS usa jogos de RPG para ensinar literatura em escolas. - Crédito: Foto: UEMS/DivulgaçãoSob essa perspectiva, o graduando Arthur Barbosa de Oliveira, do 4º ano de licenciatura em Letras – Português/Inglês da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), unidade de Dourados, tem se dedicado a projetos no âmbito universitário com a finalidade de auxiliar no processo de ensino-aprendizagem de literatura junto a alunos do Ensino Fundamental e, também, do Ensino Médio. Ele é bolsista do Pibid – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, e tem desenvolvido diferentes projetos de extensão em unidades de ensino.
"Não é de hoje que verificamos o RPG envolvido com o processo educacional. Basta garimpar um pouco a internet que materiais surpreendentes são revelados nessa área. Jogo RPG desde criança, mas nunca participei de uma iniciativa de RPG e educação como aluno. Vejo como uma grande oportunidade aplicá-lo como professor estagiário", diz Arthur.
O estudante confirma que a utilização dessa ferramenta por professores como potencializador do processo de ensino-aprendizagem em sala de aula, favorece a criação de espaços para que os alunos se divirtam e aprendam dentro de espaços que simulam realidades alternativas nas quais podem ‘viajar’ à vontade.
De acordo com o acadêmico da UEMS, após a pesquisa foi constatada as reações positivas no processo de ensino-aprendizagem quando o RPG é apropriado como metodologia de ensino. O RPG, que nada mais é que um jogo de narrativas, pode ser capaz de se fazer entender, de forma simples, pois o lúdico e o fantástico podem ser usados de diversas formas.
"Nesse sentido, o processo de leitura não ficaria de fora de todo esse mundo narrativo. Dentro do mundo do RPG ocorrem diversas tramas que podem trazer a tona, ou melhor, despertar o interesse pela leitura. Logo, o sujeito pode ascender a voos mais altos, e alçar-se para onde suas metáforas o carregarem" esclarece Arthur.
Os projetos trabalhados em sala de aula
Com o projeto de extensão Roleplaying Game, Mediação e Interatividade: Ferramenta Auxiliadora do Ensino de Literatura, Arthur trabalhou a narrativa e outros aspectos da Literatura com alunos do 4º e 5º anos, da Escola municipal Weimar Torres, dentro do projeto Mais Educação, de nível municipal para leitura e alfabetização. A iniciativa ocorreu entre 2014 e 2015.
O projeto do acadêmico buscou unir o conhecido jogo de representação ao ensino tradicional da literatura com o intuito de auxiliar na mediação entre o conteúdo literário e o sujeito. Sob essa perspectiva, o RPG propriamente dito, foi trabalhado num sentido além de um jogo comum, mas um como um mecanismo que oportuniza um espaço de interação de relações sociais.
Atualmente, o graduando também desenvolve, nas terças e sextas-feiras, na Escola Estadual Menodora Fialho de Figueiredo, o trabalho YouTube e o Multimodal: Propostas multimodais no Ensino de Língua Inglesa" com o objetivo principal utilizar a plataforma de videos YouTube como ferramenta de ensino multimodal com a finalidade de aprimorar o contato dos sujeitos, inseridos no ambiente do ensino de língua estrangeira.
Nas segundas-feiras, Arthur trabalha na E.E Presidente Vargas com atividades interativas, por vias lúdicas, por meio do projeto Design de Jogos Analógicos: jogos auxiliando no ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa e Literatura que busca o desenvolvimento de jogos que associam o conteúdo curricular e social para melhor assimilação e mediação entre os sujeitos.
A meta principal desta iniciativa é a utilização de ferramentas lúdicas, especificamente o Larp (Live Action Roleplaying) e o RPG, para aprimorar o contato dos sujeitos, inseridos no ambiente do ensino de língua estrangeira, com o conhecimento da disciplina (cultura, linguagem) na tentativa de corroborar com o reconhecimento da autoimagem, assim como fortalecer aspectos relacionados a alteridade.
Segundo o graduando da UEMS, este projeto foi trabalhado junto com outras acadêmicas do Pibid com a temática Arturiana (referente às historias com Rei Arthur).
"Tratamos então, juntos, de trabalhar de forma expositiva e interativa com a história de Lady of Shalott. A parte expositiva foi executada pelas acadêmicas com auxilio de meios multimídia para auxiliar na apresentação do texto e suas características. Posterior a isso iniciei a parte interativa do projeto, propondo a divisão dos alunos em grupos para que produzissem textos de coautoria, como se estivessem jogando RPG", explica Arthur.
Os desdobramentos dos projetos do acadêmico da UEMS irão nortear a confecção de um artigo para expor os resultados com mais propriedade e detalhes. "Vale ressaltar que existe um embasamento teórico para as atividades desenvolvidas com RPG e a maioria desse material está disponível online para os professores que querem se aventurar nos bosques da narrativa educacional", finaliza.
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