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A fertilidade em mulheres com câncer

04 Dez 2010 - 14h27
A fertilidade em mulheres com câncer  -
Pacientes que venceram o câncer, mas não receberam aconselhamento médico apropriado sobre as opções terapêuticas para preservar sua fertilidade, antes de iniciar seu tratamento oncológico, geralmente, tendem a lamentar tal fato, a longo prazo, e a apresentar uma insatisfação maior com a vida, em comparação com aquelas que receberam o aconselhamento sobre a preservação da fertilidade.

Os dados fazem parte de uma pesquisa apresentada por pesquisadores da Universidade da Califórnia, San Francisco, durante a 66ª Reunião Anual da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva.

Para realizar o trabalho, os cientistas entrevistaram 918 pacientes do sexo feminino em tratamento de câncer com po-tencial de afetar adversamente sua fertilidade, como a quimioterapia sistêmica e / ou radiação no abdômen ou na pélvis. Aquelas que não foram orientadas sobre a preservação da fertilidade pela equipe de Oncologia e não consultaram um especialista em fertilidade apresentaram níveis mais elevados de tristeza e de baixa satisfação com a vida em relação àquelas que receberam o aconselhamento ou o encaminhamento.

A pesquisa envolveu mulheres que tiveram câncer, no estado da Califórnia, com idades entre 18 e 40 anos, diagnosti-cadas entre 1993 e 2007. As pacientes haviam sido tratadas para leucemia, doença de Hodgkin, linfoma não-Hodgkin, câncer de mama e câncer gastrointestinal.

Após o término do tratamento oncológico, as mulheres eram convidadas a avaliar o aconselhamento pré-câncer que receberam, incluindo as decisões tomadas em relação à preservação de sua fertilidade. Entre as 499 mulheres que tinham sido aconselhadas sobre a preservação da fertilidade por uma equipe de Oncologia, o nível de arrependimento, em uma escala de 5 a 25, foi de 10,8%, comparado com 12,6%, entre as 278 mulheres que não haviam sido aconselhadas sobre o tema.

As 42 mulheres que tinham visitado uma instalação de preservação da fertilidade tinham um nível de pesar de 8,5%, comparado com um nível de 11,6%, entre as 726 que não tinham feito a visita. As 31 mulheres que foram submetidas a tratamentos para preservação da fertilidade tinham um nível de arrependimento em relação à decisão de 6,5%, compara-do com 11,6%, entre as 736 que não tinham se submetido aos procedimentos.

“Os dados desta pesquisa americana são muito relevantes, pois os resultados indicam que se as pacientes têm um pa-pel ativo na decisão de preservar sua fertilidade e sua qualidade de vida, após o tratamento de câncer. Quando as pacien-tes podem optar por preservarem sua fertilidade, sua qualidade de vida pós-câncer é maior e os níveis de arrependimento são menores \", observa o Prof° Dr° Joji Ueno, ginecologista, diretor da Clínica Gera.

######MENOS FÉRTEIS

Utilizando os dados da mesma pesquisa, os pesquisadores americanos analisaram também as taxas de fertilidade relatadas entre as pacientes curadas. Descobriram que cerca de metade das que tinham sido tratadas para a doença de Hodgkin e linfoma não-Hodgkin tiveram sua fertilidade prejudicada ou apresentaram menopausa preco-ce.

Mesmo as mulheres que continuaram a apresentar ciclos menstruais regulares, durante a quimioterapia, apresentaram uma incidência muito maior de infertilidade.

Pesquisas recentes da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, 70% dos oncologistas discutem perdas reproduti-vas com seus pacientes, mas apenas 25% encaminham pacientes para um especialista de fertilidade. “Na experiência brasileira, percebemos que as referências à preservação da fertilidade do paciente com câncer estão aumentando, mas a conscientização entre os próprios médicos precisa ser maior. Os oncologistas devem deixar claro para as pacientes que a preservação da fertilidade faz parte do tratamento do câncer.

Se os médicos recomendam que as mulheres providenciem perucas para a eventual queda de cabelos por conta da quimioterapia, por que não conversar sobre aspectos reprodutivos que podem estar envolvidos?”, questiona Joji Ueno, Doutor em Ginecologia pela Faculdade de Medicina da USP.

Nas décadas de 80 e 90, o foco dos tratamentos oncológicos era apenas poupar a vida do paciente. Hoje, com taxas de sucesso significativamente maiores, “já podemos pensar no paciente como um todo e na qualidade de vida que eles terão após o tratamento oncológico.

Quando encaminhados para os serviços de preservação da fertilidade, nem sempre, os pacientes optam por uma das alternativas terapêuticas, por uma série de razões, mas mesmo assim, a referência do onco-logista ainda é muito importante”, reforça o diretor da Clínica Gera.

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