A japonesa Toshiba mais que dobrou seu lucro operacional do último trimestre de 2010, devido às vendas altas de chips de memória flash NAND e à demanda robusta por painéis de LCD usados em smartphones e tablets.
Mas o conglomerado reduziu sua projeção de vendas para o ano fiscal e não alterou a projeção de lucro para o ano que se encerra em março, mencionando o iene forte e a demanda incerta por alguns de seus outros produtos, um acervo diversificado que inclui de eletrodomésticos a usinas nucleares.
A rival sul-coreana Samsung Electronics deve se beneficiar este ano da crescente demanda por smartphones e tablets, mas a cisão da divisão de telefonia móvel da Toshiba pode ter melhorado suas chances de manter elos estreitos com a Apple.
\"Creio que eles conseguirão concorrer nos semicondutores, embora seja um mercado muito difícil\", disse o analista Yoshiharu Izumi, do JP Morgan, sobre a Toshiba.
\"A Samsung enfrenta o problema da rivalidade com a Apple. Isso deve ajudar os fabricantes japoneses\", acrescentou.
O presidente-executivo da Toshiba, Norio Sasaki, que assumiu a empresa 18 meses atrás, prometeu que o diversificado conglomerado adotaria um foco mais definido, e tomou medidas severas de corte de custos, com o objetivo de concorrer de modo mais intenso com a Samsung.
No trimestre encerrado em 31 de dezembro, o lucro da Toshiba foi de 37,5 bilhões de ienes, ante 14,5 bilhões de ienes um ano atrás. No trimestre, os eletrônicos, entre os quais LCDs e memória flash, geraram 17,2 bilhões de ienes em lucro operacional, depois de um prejuízo de 6,6 bilhões de ienes no período um ano atrás.
O desempenho geral, no entanto, não foi tão forte quando os analistas esperavam. O lucro foi mais baixo que a previsão média de 50,2 bilhões de ienes, e a discrepância mereceu destaque na mídia japonesa durante o final de semana.
O resultado anual da Toshiba quanto aos chips flash NAND deve ser melhor que o previsto no início do ano fiscal, já que a margem de lucro vai melhorar depois de uma queda no terceiro trimestre, disse Fumio Muaraoka, executivo da empresa, a jornalistas, na segunda-feira.
Mas o panorama geral é mais incerto, afirmou a empresa em comunicado, e o mercado de chips de sistema está fraco.
(G1)