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Aplicativos e games ensinam a controlar finanças

19 Jul 2011 - 12h48
'Goumi' traz conceitos de educação financeira em
um mundo virtual on-line - Crédito: Foto: Divulgação'Goumi' traz conceitos de educação financeira em um mundo virtual on-line - Crédito: Foto: Divulgação
Para se dar bem em muitos games, o jogador precisa entender um pouco de economia e de orçamento doméstico. Em alguns games de corrida, o prêmio recebido em cada corrida serve para comprar novos apetrechos do carro e, se o dinheiro faltar, o carro pode não ficar competitivo. Certos jogos de tiro usam “dinheiro” para que o jogador compre novas armas. Games on-line utilizam dinheiro de verdade para compra de itens extras e, em jogos de simulação de vida como “The Sims”, a falta de grana pode significar a morte dos personagens virtuais.

(Série Endividados: num momento em que economistas alertam para alta do endividamento da população, o publica nesta semana reportagens com exemplos de pessoas endividadas e dicas para usar melhor o crédito.)

Embora estes games ensinem o básico sobre educação financeira, eles não têm foco diretamente no assunto. Pensando em ensinar educação financeira aos mais jovens e, ao mesmo tempo, não ser algo chato, uma empresa que tem experiência em fornecer programas de TI para o mercado financeiro e na área de educação financeira, lançou um game on-line chamado “Goumi”.

No título criado pela Cedro Finances e lançado em maio de 2011, o jogador deve criar um avatar, uma representação virtual de um personagem, e entrar em um mundo onde pode criar seu próprio negócio e tentar prosperar. “Desenvolvemos o ‘Goumi’ em 2 anos com a ideia de ter soluções para ajudar aqueles que podem entrar no mercado de capitais daqui 5 ou 10 anos”, diz Leonardo Reis, CEO da Cedro Finances. “Pensamos em ideias para ajudar crianças e jovens a desenvolver habilidades de investimento, de gestão financeira e comportamental”.

O “Goumi” tem quatro pilares para ensinar educação financeira: poupar, gastar, investir e doar. “Nossa intenção não é que o jovem se torne em um investidor precoce e, sim, que possa aprender a importância do dinheiro, de saber consumir bem e de aprender a poupar”, conta Reis. Desse modo, o jogo tenta ser atrativo para as crianças, que aprender se divertindo. “Os jovens não querem ficar apenas estudando”.

Dentro do jogo, o jovem pode criar negócios dentro do setor primário, secundário e terciário, interagindo com outros jogadores dentro do mundo virtual. Não há personagens controlados pelo computador. “Usamos conceitos de MMOs [jogos on-line com participação de diversos usuários], apresentando personagens e empresas criadas por outros gamers”, afirma Reis.

A criança aprende desde como funciona a economia para um agricultor, passando pela indústria – podendo industrializar aquilo que ele plantou, ou até mesmo comprando matéria-prima de outro jogador, por exemplo – e vendo como funciona o setor terciário, ensinando sobre investimento com, por exemplo, abertura de conta e com o uso de investimentos e entrada na bolsa de valores. “Se divertindo, inconscientemente, o jogador aprende os conceitos básicos de educação financeira”, explica Reis.

Desde seu lançamento há dois meses, mais de 8 mil jogadores já se cadastraram no “Goumi” e o título é utilizado até em algumas escolas como reforço em aulas de educação financeira. A previsão é que, com um ano de existência, o título tenha 100 mil gamers cadastrados.

Segundo os criadores, ter um mundo inteiramente controlado pelos jogadores reflete crises financeiras do mundo real. “Se todos os jogadores plantarem morangos, o item ficará muito barato, porque a oferta será muito grande. Assim, os próprios gamers mudam os negócios, investindo em outras áreas”. Reis conta, também, que o jogo exige ter contato com outras pessoas para ter um negócio lucrativo e ensina, também, a criança saber que existe horário de trabalho e de diversão. “[O personagem virtual] tem que descansar, dormir, tomar banho. Ainda, a criança pode doar uma quantia para um amigo que está com problemas de dinheiro”, diz Reis.

O retorno, segundo Reis, é positivo. Muitos pais enviaram e-mails falando que o filho aprendeu a poupar e que se preocupa com o orçamento doméstico. “Um participante do jogo nos enviou um e-mail em que disse que sua empresa no mundo virtual está indo melhor que a do pai no mundo real”, diz Samuel Paiva, diretor de marketing da Cedro.

Aproximando os jovens da bolsa de valores

Em maio de 2010, a BM&FBovespa lançou um site voltado para que jovens entre 7 e 10 anos aprendesse de modo lúdico como controlar melhor suas finanças. O “Turma da Bolsa”, que tem games, histórias em quadrinhos, fábulas e vídeos voltados para educação financeira. Desde a estreia, o site contabilizou 107 mil acessos e tem 8,4 mil crianças cadastradas.

“Os conteúdos de educação financeira, mas nem sempre são passados para as crianças de uma forma direta. A intenção é que [o ensino] seja lúdico para as crianças”, explica Christianne Bariquelli, coordenadora dos Programas de Popularização da BM&FBovespa. “Há o contato com os conceitos, mas sem um tom discursivo, sem ir tão direto ao ponto, por meio dos jogos”.

No “Turma da Bolsa”, segundo Christianne, a área mais acessada são os jogos. A criança cadastrada, ao navegar neste conteúdo, acumula pontos chamados tererês, que é a moeda do site, e pode gastar nos games para conseguir pistas, por exemplo. “O ‘Jogo das Profissões’ traz dois conceitos para o jovem. O primeiro é conhecer as profissões, o que interfere na vida financeira do indivíduo. O segundo, que é subjetivo, é a experimentação do risco”. A criança começa o game com mil tererês e, para ter dicas, ela precisa gastar 50 tererês. Ela pode arriscar um palpite e, assim, ganhar mais dinheiro, mas, se errar, perde mais do que se tivesse comprado a dica.

No “Caça-Palavras”, o objetivo é encontrar em um emaranhado de letras palavras da área de economia que a criança escuta dos pais diariamente. “Ela tem cinco minutos para encontrar sete palavras. Quando as encontra, aprende o que ela significa em textos com rimas, o que ajuda a criança a gravar”, explica Chtistianne.

Além dos jogos, há vídeos do “Porco e o Magro”, que ensinam sobre educação financeira com diálogos próximos do universo das crianças. “Os personagens mostram que é preciso pensar antes de sair comprando algo e a pensar em perguntas ‘o que eu quero?’, ‘posso comprar?’, ‘preciso disso?’”, afirma a coordenadora. O site ainda tem fábulas em áudio e tirinhas em quadrinhos com o tema.

Por enquanto, os tererês recebidos nos jogos são apenas acumulados pelas crianças. Mas a BM&FBovespa planeja para 2012 trocar o dinheiro virtual por conteúdo. E o game, de acordo com Christianne, ajuda as crianças a aprender melhor do que algo imposto. “A criança quando acessa a web quer diversão. Para nós, é interessante que haja o contato de modo divertido. Aprender na obrigação irá desestimular o jovem’.

Aprendendo com o futebol

Aprender com jogos pode ser divertido e mais fácil de gravar na memória as informações, mas ter o futebol como meio de entender elementos da educação financeira pode ser ainda melhor. Pelo menos é o que pensa a operadora de cartões de crédito e de débito Visa, que lançou na internet o “Bate-Bola Financeiro”.

O game mostra uma partida de futebol entre dois times e exige que o jogador responda a questões de múltipla escolha que testa os conhecimentos do jogador. A cada acerto, é realizado um passe correto, um lançamento ou um chute certeiro ao gol. No caso de um erro, a bola pode ser roubada pelo adversário ou ir para a lateral. Como em games de futebol “tradicionais” dos consoles, é possível jogar contra um amigo.

Ao entrar no jogo, o usuário seleciona o nível de dificuldade, determinado pela idade que pode ser entre 11 e maiores de 18 anos, e o tempo de jogo, que pode ter até meia hora. A cada jogada, é possível selecionar a dificuldade da pergunta, o que irá influenciar a jogada dentro de campo – quanto mais difícil, maior a probabilidade de chegar ao gol.

O “Bate-Bola Financeiro” foi lançado em 2009 e está presente em mais de 16 países.

Aplicativos para celulares e tablets ajudam no controle financeiro

Os usuários podem utilizar seus celulares e tablets para ter um controle financeiro maior da sua vida. Além de poder acompanhar investimentos, por meio de aplicativos é possível calcular juros e o orçamento doméstico. Estes programas estão disponível dentro da área "finanças" (finances) das lojas virtuais do iPhone e iPad e dos dispositivos com sistema operacional Android. Há opções pagas e gratuitas.

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