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Com frota de 163 mil veículos, trânsito está à beira do caos

Mapeamento aponta que o trânsito do município conta 23 principais cruzamentos onde mais ocorrem acidentes

20 Mar 2021 - 11h25Por Rozembergue Marques
Trânsito de Dourados enfrenta dificuldades para manter o bom fluxo de veículos - Crédito: Marcos RibeiroTrânsito de Dourados enfrenta dificuldades para manter o bom fluxo de veículos - Crédito: Marcos Ribeiro

Com uma frota de 163.935 veículos, segundo dados do Detran/MS, à qual deve ser acrescida milhares de bicicletas, o trânsito de Dourados é comparável a um copo que transbordou. O resultado dessa conta que não fecha (ruas “apertadas” e grande número de veículos) são inúmeros “gargalos” e números impressionantes. Mapeamento do Corpo de Bombeiros da cidade aponta que o trânsito do município conta 23 principais cruzamentos onde mais ocorrem acidentes. O estudo mostra ainda que a avenida Marcelino Pires é a líder em ocorrências. Dos 23 cruzamentos mais perigosos de Dourados, pelo menos cinco chamam a atenção. O que mais registra acidentes fica entre a avenida Joaquim Teixeira Alves e a Quintino Bocaiúva. Em seguida os cruzamentos entre a Floriano Peixoto e Olinda Pires de Almeida, a Monte Alegre com a Barão do Rio Branco, a Ponta Porã com a Benjamin Constant e a João Vicente Ferreira.

Se é bem verdade que os condutores têm parcela de culpa, já que alguns são um tanto displicentes, o poder público vem ao longo de várias gestões tratado a questão da superação de capacidade da malha viária de forma relativamente amadora, com medidas paliativas aqui ali e sem muito planejamento. Na congestionada Rua Monte alegre, por exemplo, proibiu-se o estacionamento em um lado da pista. Não há na estrutura da Agetran, o órgão municipal que trata do trânsito, um engenheiro de trânsito. “Temos vários funcionários que são especialistas na área de trânsito e um Engenheiro Civil que está se especializando na área de trânsito”, informou a diretora da Agetran, Mariana de Souza Neto.

E, por sinal, é a primeira titular do cargo com formação na área.  Mariana é especialista em Gestão, Educação e Segurança no Trânsito. A Prefeitura tem um instrumento para, através da Agetran, da Secretaria de Planejamento e da Secretaria de Obras, desatar esse “nó” que prejudica e até mata condutores, ciclistas e pedestres. Em 2018 a Câmara Municipal aprovou o Projeto de Lei Complementar nº 013/2018, que instituiu o Plano Diretor de Mobilidade Urbana no município. O Plano foi consequência da lei federal 12.587/2012, que institui a Política Nacional da Mobilidade Urbana e tornou obrigatória a elaboração de planos locais de mobilidade urbana. O Plano Diretor trata das diretrizes, estratégias, linhas de ação, projetos, programas e estabelece metas para o atendimento das necessidades de deslocamento no espaço urbano, tendo o pedestre como prioridade. Foi elaborado após cinco (05) anos de estudo por parte da equipe do conceituado arquiteto e urbanista Edson Marcchioro, contratado pela equipe do então prefeito Murilo Zauith. Engavetado pela ex-prefeita Délia Razuk, tirar o plano do papel é tarefa principal do prefeito Alan Guedes se quiser estancar o caos do trânsito da cidade.

O que diz a Agetran

Para Mariana, o Plano de Mobilidade sugere grandes intervenções que foram estudadas por 5 anos. “O trânsito muda de forma constante, pois em sua grande parte é reflexo do comportamento das pessoas, indústria e comércio. As diretrizes estabelecidas através do Plano de Mobilidade nos permitem hoje mensurar inúmeras possibilidades para viabilizar a mobilidade urbana no município”, destaca.

Segundo ela, Dourados hoje possui uma malha viária que limita a mobilidade, fluidez do trânsito e a segurança dos condutores, pedestres e ciclistas. Após a grande explosão automobilística não foram realizadas grandes obras estruturais que realmente atendam a demanda existente.

Para ela, todas as medidas necessárias estão sendo analisadas, levando em consideração o Plano de Mobilidade, novos estudos e levantamentos atualizados, e nas discussões do novo Plano Diretor. “Após os diagnósticos, todas ações serão amplamente discutidas e apresentadas à sociedade. O Trânsito não é o vilão, afinal o Trânsito é feito por pessoas! Precisamos trabalhar para que as pessoas entendam e vejam a necessidade de ordenamento viário, o que nem sempre contempla a comodidade de todos.

Atualmente a Agetran tem buscado recompor equipes, material de trabalho e fazer o básico, temos uma defasagem grande na sinalização obrigatória, paralelo a isso buscamos o estudo complexo de todas as demandas, visando agir no macro, e não apenas com medidas paliativas. Sempre que a medida imediata for necessária será realizada, dando a devida publicidade e informação ao cidadão”.

 

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