Dourados – MS quinta, 18 de abril de 2024
15º
Justiça

Acusado de feminicídio de vizinha vai a júri em abril

19 Fev 2021 - 18h00Por TJMS
Acusado de feminicídio de vizinha vai a júri em abril - Crédito: Reprodução - TJMS Crédito: Reprodução - TJMS

Está previsto para o mês de abril o desfecho de mais um caso de grande repercussão social em Campo Grande. Trata-se do feminicídio de uma jovem no bairro Tiradentes que teria sido praticado pelo vizinho da vítima. A decisão de pronúncia foi publicada nesta sexta-feira (19), pela 2ª Vara do Tribunal do Júri, e determinou que o acusado seja submetido a julgamento pelos crimes de homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Além disso, ele será submetido a julgamento pela prática dos crimes de ocultação de cadáver, vilipêndio a cadáver e estupro.

De acordo com a denúncia, no dia 30 de junho de 2020, por volta das 19 horas, em frente a uma residência localizada na Rua Nova Tiradentes, no bairro Tiradentes, na Capital, o réu teria repentinamente abordado a vítima e aplicado um golpe conhecido como "Mata Leão", raptando-a e conduzindo-a até o interior de uma edícula na qual ele residia. Em razão do golpe, a vítima teria perdido temporariamente os sentidos.

No interior da residência, utilizando-se de instrumento perfurocortante (faca), o réu desferiu golpes contra o pescoço da vítima, produzindo-lhe ferimentos que foram a causa de sua morte.

Após matar a vítima, ele teria ainda vilipendiado seu cadáver, praticando sexo com a vítima morta, ao introduzir seu órgão genital, bem como objeto destinado a práticas libidinosas, no seu introito vaginal e em sua cavidade anal.

Para o Ministério Público, o réu teria praticado o homicídio impelido por motivo fútil, porque teria matado a vítima porque ela o ignorou em data anterior, quando foi cumprimentada por ele e não correspondeu ao cumprimento.

Consta ainda que o acusado praticou o homicídio mediante esgorjamento, bem como desferiu vários golpes com o instrumento perfurocortante no pescoço da vítima, provocando nela excessiva dor e sofrimento físico, o que qualifica o delito pelo emprego do meio cruel em sua execução.

Para a acusação, o crime também teria sido cometido com recurso que dificultou a defesa da vítima, pois ela foi morta enquanto estava rendida pelo réu. Ele também teria praticado o crime por razões da condição de sexo feminino, envolvendo menosprezo à condição de mulher (feminicídio).

Após o crime, com a finalidade de ocultar o corpo, ele teria ocultado o cadáver embaixo de sua cama, mantendo em sua residência até o dia 3 de julho de 2020, quando o carregou até a esquina da Rua Nova Tiradentes com a Rua João Cassimiro, abandonando-o naquele local.

A denúncia foi recebida no dia 30 de julho de 2020. Durante a instrução do processo, foram ouvidas 15 testemunhas. As audiências foram realizadas por videoconferência em razão da pandemia. Em alegações finais, o MP pediu a pronúncia nos termos da denúncia. E, por sua vez, a defesa do acusado pediu a exclusão da qualificadora de feminicídio.

Em análise do caso, o juiz Aluízio Pereira dos Santos, titular da 2ª Vara do Júri, reconheceu os indícios de materialidade e autoria como suficientes para imputar as acusações com relação ao réu, e assim submetê-lo a júri popular, de acordo com o laudo pericial e demais provas, além do próprio réu ter confessado o crime em seu interrogatório, embora tenha alegado que estava sob o efeito de álcool e drogas.

 

Deixe seu Comentário

Leia Também

Com estruturação, base da Unidade de Monitoramento Virtual em Corumbá ganha atuação do Gafip
Segurança

Com estruturação, base da Unidade de Monitoramento Virtual em Corumbá ganha atuação do Gafip

17/04/2024 18:15
Com estruturação, base da Unidade de Monitoramento Virtual em Corumbá ganha atuação do Gafip
Conselho sugere tornozeleira eletrônica em caso de violência doméstica
Segurança

Conselho sugere tornozeleira eletrônica em caso de violência doméstica

17/04/2024 11:30
Conselho sugere tornozeleira eletrônica em caso de violência doméstica
Policiais penais pedem apoio para regulamentar profissão
ALEMS

Policiais penais pedem apoio para regulamentar profissão

17/04/2024 06:15
Policiais penais pedem apoio para regulamentar profissão
 Lupérsio Degerone Lucio é novo delegado-geral da Polícia Civil
Segurança Pública

Lupérsio Degerone Lucio é novo delegado-geral da Polícia Civil

16/04/2024 20:15
 Lupérsio Degerone Lucio é novo delegado-geral da Polícia Civil
Agentes fazem curso de fiscalização ambiental em parceria com a PRF
Detran-MS

Agentes fazem curso de fiscalização ambiental em parceria com a PRF

16/04/2024 13:00
Agentes fazem curso de fiscalização ambiental em parceria com a PRF
Últimas Notícias