As dietas a base de plantas ganham destaque quando o assunto é Covid-19. Um estudo publicado na revista BMJ Nutrition, Prevention & Health mostra que pessoas que são vegetarianas têm 73% menos chance de desenvolver sintomas moderados a severos de Covid-19, quando comparados com os que seguem as demais dietas. A pesquisa chamada “Dietas à base de plantas, dietas pescetarianas e severidade de Covid-19: um estudo de caso- -controle de base populacional em seis países” analisou 2884 participantes (94,8% eram médicos e 5,2% enfermeiras e assistentes) que trabalhavam na linha de frente contra a Covid-19 em seis países (França, Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos).
Em Dourados, a nutricionista Vanessa Mirelle Menezes de Paula Maciel (CRN3 52643), explica que a pesquisa aponta que há diversos estudos epidemiológicos que demonstram sobre a associação dos consumo de frutas e vegetais e um menor risco de infecção do trato respiratório superior (resfriado, gripe ou sinusite).
E além disso, em concordância com os pesquisadores, as dietas que são baseados em plantas são extremamente ricas em diversos nutrientes, como os fitoquímicos, fibras, vitaminas e minerais, onde foi observado que quando há uma maior ingestão de vitaminas (principalmente A, C, D e E), ocorre a diminuição de risco de infecções respiratórias, pois tais nutrientes auxiliam no sistema imunológico, produzindo anticorpos e redução do estresse oxidativo.
“Dessa forma, há várias fontes de proteína vegetais, como as leguminosas (feijão, grão de bico, lentilha), castanhas, cereais integrais, para garantir todos os aminoácidos necessários e mais saúde. Não há necessidade de proteína animal para sobreviver, e além do mais a troca pela pro- teína vegetal mostra melhora na saúde e redução da mortalidade”, destaca a especialista.
Segundo ela, muitos questiona- mentos em relação ao consumo de carne vem crescendo nos últimos anos, por vários motivos, como saúde, meio ambiente, bem estar animal, entre outros, onde houve um crescente número de adeptos ao vegetarianismo e veganismo. “Com a pandemia, houve uma maior preocupação com o consumo de alimentos de origem animal, tanto em relação a evitar que surjam novos vírus provenientes da criação e produção industrial de carnes animal, evitando o risco aos seres humanos, como em relação a saúde, já que o consumo de carne está relacionado ao aumento de alguns tipos de câncer. Em contra- partida, a alimentação a base de plantas e alimentos integrais traz benefícios e melhoria na saúde e qualidade de vida”, destaca.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o aumento de 100g de carne (de qualquer tipo) ingerida diariamente está associada com o aumento de 12 a 17% do risco de câncer de cólon e reto. A recomendação da OMS é que seja ingerida até duas vezes na semana, pois quanto maior o consumo, maior o risco de ter a doença. Porém, infelizmente a alimentação do brasileiro ultrapassa a recomendação, com um alto consumo de carne, embutidos e alimentos ultraprocessados.