
Ontem, sábado, 18 de outubro, marcou o início da Semana Mundial de Conscientização sobre Resistência Antimicrobiana, RAM, voltada para reduzir o surgimento e a propagação de infecções resistentes aos medicamentos.
Em entrevista para a ONU News, a médica e pesquisadora brasileira, Margareth Dalcolmo, afirmou que o consumo inadequado de antimicrobianos é um dos grandes problemas de saúde pública da atualidade e requer ações urgentes.
Consequências do uso indiscriminado
“O uso indiscriminado desses medicamentos, muitas vezes de modo desnecessário, tratando infecções virais, gripes e resfriados, processos alérgicos em nada contribuem nem para curar a doença e nem para controlar esse problema que nos preocupa tanto”.
A resistência antimicrobiana ocorre quando bactérias, vírus, fungos e parasitas não respondem mais aos medicamentos, como antibióticos, antifúngicos etc.
Como resultado da resistência, os fármacos tornam-se ineficazes e as infecções ficam difíceis ou impossíveis de tratar, aumentando o risco de propagação de doenças e morte.
Segundo Margareth Dalcolmo, o desenvolvimento de novos antibióticos é um processo lento que precisa ser acompanhado de medidas rigorosas de dispensação.
Ameaça para os seres humanos, animais e plantas
“Sem dúvida nenhuma, diante do tempo que se leva entre descobrir uma molécula e até que esse remédio vire uma realidade disponível para ser prescrito por médicos ou eventualmente utilizado por todo mundo, isso leva muito tempo, muitas vezes mais de dez anos, de modo que nós recomendamos fortemente o maior rigor e o maior critério na prescrição e no uso de antimicrobianos e todos os antibióticos de modo geral”.
A Semana Mundial vai até o dia 24 e tem como tema “Prevenir Juntos a Resistência Antimicrobiana”, tal como em 2022.
A campanha reforça que a RAM é uma ameaça para os seres humanos, os animais, as plantas e o ambiente e requer uma abordagem intersetorial para preservar a eficácia dos medicamentos.
Como evitar infecções
A mensagem ressalta que todos os setores devem usar as fórmulas de forma prudente e adequada, tomar medidas preventivas para diminuir a incidência de infecções e seguir boas práticas na eliminação de resíduos contaminados.
Dentre as medidas preventivas para evitar infecções, a Organização Mundial da Saúde, OMS, destaca o acesso à água limpa, melhora nas condições de higiene e saneamento, proibição de despejos de resíduos por fábricas, fazendas e hospitais e melhora da proteção contra infecções em unidades de saúde animal e humanas.
A agência também destaca a importância do investimento na pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos para garantir um mundo mais saudável para todos.
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