Dourados – MS sexta, 29 de março de 2024
25º
Renove sua CNH
Saúde mental

Síndrome de Burnout é reconhecida como fenômeno ocupacional pela OMS

Há três dimensões que compõem a condição

17 Jan 2022 - 09h30Por Agência Brasil
Síndrome é definida pela OMS como resultante de um estresse crônico associado ao local de trabalho - Crédito: Marcelo Camargo / Agência BrasilSíndrome é definida pela OMS como resultante de um estresse crônico associado ao local de trabalho - Crédito: Marcelo Camargo / Agência Brasil

A síndrome de Burnout passou a ser reconhecida como um fenômeno relacionado ao trabalho pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A assunção dessa condição passou a valer neste mês de janeiro, com a vigência da nova Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11).

A síndrome é definida pela OMS como “resultante de um estresse crônico associado ao local de trabalho que não foi adequadamente administrado”. Conforme a caracterização da entidade, há três dimensões que compõem a condição.

A primeira delas é a sensação de exaustão ou falta de energia. A segunda são sentimentos de negativismo, cinismo ou distância em relação ao trabalho. A terceira é a sensação de ineficácia e falta de realização.

A OMS esclarece que a síndrome de Burnout se refere especificamente a um fenômeno diretamente vinculado às relações de trabalho e não pode ser aplicada em outras áreas ou contextos de vida dos indivíduos.

Segundo o advogado trabalhista Vinícius Cascone, no Brasil, o Ministério da Saúde reconhece desde 1999 a síndrome como condição relacionada ao trabalho.

Caso um trabalhador reconheça os sintomas, deve buscar um médico para uma análise profissional. O médico avalia se o funcionário deve ou não ser afastado de suas funções. A empresa deve custear o pagamento caso o afastamento seja de até 15 dias.

Depois deste período, o empregado será submetido a uma perícia do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para que o órgão analise e, confirmando o diagnóstico, arque com o custeio do afastamento durante mais tempo. É preciso também abrir uma comunicação de acidente de trabalho.

Cascone explica que se o empregador não der o encaminhamento em caso de afastamento, o trabalhador pode buscar diretamente o INSS ou entrar com ação judicial caso ocorra uma negativa do órgão.

À Agência Brasil, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) informou que o início da vigência da nova lista de doenças demandará uma atualização de normativos internos, o que ocorrerá “aos poucos”.

Conforme o órgão, o direito a benefícios associados ao afastamento temporário é garantindo a quem comprovar incapacidade de realizar o trabalho.

Ambiente de trabalho
A advogada Lívia Vilela teve a síndrome diagnosticada em 2019. Ela trabalhava em uma empresa pública desde 2011. Segundo Lívia, ocorreu um processo de sucateamento da companhia e o ambiente de trabalho não era bom.

Lívia conta que após assumir o cargo encontrou um espaço desestruturado, com alta carga de trabalho e grande responsabilidade, sem apoio dentro da direção da empresa. Essa situação gerou muito desgaste a ela. Além disso, havia uma disparidade salarial expressiva entre os trabalhadores da área que ela integrava.

“O burnout veio em 2018. Eu percebi que não estava bem. Comecei a ter problemas para dirigir, pois associava ao ambiente do trabalho. Fiquei desmotivada e não queria estar lá. Comecei a ter fortes crises de depressão e de ansiedade, insônia”, relata.

A advogada foi levada ao médico e foi afastada do trabalho. Em seguida, passou a atuar de forma remota, o que seguiu em razão da pandemia. Com a privatização da empresa pública, ela decidiu largar a carreira. 

Deixe seu Comentário

Leia Também

Casca da jabuticaba reduz inflamação e glicemia em pessoas com síndrome metabólica
Saúde

Casca da jabuticaba reduz inflamação e glicemia em pessoas com síndrome metabólica

há 2 minutos atrás
Casca da jabuticaba reduz inflamação e glicemia em pessoas com síndrome metabólica
Vacinação pode levar até 8 anos para reduzir transmissão da dengue
Saúde

Vacinação pode levar até 8 anos para reduzir transmissão da dengue

28/03/2024 19:15
Vacinação pode levar até 8 anos para reduzir transmissão da dengue
Dengue: Américas podem registrar pior surto da história, alerta Opas
Saúde

Dengue: Américas podem registrar pior surto da história, alerta Opas

28/03/2024 19:00
Dengue: Américas podem registrar pior surto da história, alerta Opas
Criança de 7 anos é a quarta vítima de dengue em Dourados
Saúde

Criança de 7 anos é a quarta vítima de dengue em Dourados

28/03/2024 08:15
Criança de 7 anos é a quarta vítima de dengue em Dourados
Aliadas ao envelhecimento da população, doenças neurológicas estão se tornando cada vez mais comuns
Saúde

Aliadas ao envelhecimento da população, doenças neurológicas estão se tornando cada vez mais comuns

28/03/2024 08:00
Aliadas ao envelhecimento da população, doenças neurológicas estão se tornando cada vez mais comuns
Últimas Notícias