A Organização Mundial de Saúde (OMS) também afirmou que o perigo para a população é mínimo. Isso porque a área em torno da usina foi isolada.
O Japão foi atingido por um terremoto de 8,9 de magnitude na sexta-feira (11). O tremor afetou o fornecimento de energia elétrica, o que causou uma pane no resfriamento dos reatores. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o risco de derretimento do núcleo, o pior acidente que pode ocorrer em uma usina, é “grande”.
Se ocorrer o derretimento, três tipos de radiação serão liberadas no ambiente: alfa, beta e gama. “A radiação alfa não penetra no organismo, ela causa queimadura na pele”, explica Aquilino Senra. “As radiações beta e gama – principalmente a gama – entram no organismo e causam deformações celulares”, afirma.
Essas deformações, ao longo dos anos, podem levar a casos de câncer. “Podem, não devem. E isso varia de acordo com a distância da pessoa do local do acidente e a proteção que ela estiver usando”, explica.
Essa radiação gama é a mesma usada em tratamentos de radioterapia, exatamente para combater o câncer. \"Em baixas doses, ela destrói tumores\", afirma o especialista. \"Em altas, pode causar dano celular que leva ao câncer.\"
As cápsulas de iodo dadas à população servem para evitar a absorção de iodo radioativo, eliminado pelo reator. “Existe um iodo que não é radiotivo. É dada uma cápsula desse iodo para a população e com isso satura o organismo, para que o iodo radiotivo não seja absorvido. Não sendo absorvido, o risco de dano celular é reduzido,\" explica.
Segundo Senra, a retirada das pessoas de volta da área da usina já contém o risco para a saúde. Quem está fora da área isolada, não corre perigo, segundo ele.
#####Diferença da bomba
Aquilino Senra explica que o derretimento de um reator nuclear não mata pessoas como uma bomba. \"O que mata mesmo na bomba nuclear não é a radiação. É a onda de choque, depois a onda de calor e por último a radiação\", explica Senra.
\"A intensidade de material radioativo em uma bomba nuclear é muito maior, porque a energia dispendida é muito grande e não tem nenhuma barreira. Já um reator tem quatro barreiras contra a liberação de material nuclear no ambiente\", afirma. \"Não é a mesma coisa\", tranquiliza ele. (G1)