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Professor faz cálculo e estima que só 15 pegarão zika na Olimpíada

10 Jun 2016 - 13h57
Equipe de saúde faz trabalho de prevenção contra o mosquito Aedes aegypti, que transmite doenças como a dengue e o vírus zika, no sambódromo da Sapucaí, no Rio de Janeiro - Crédito: Foto: Leo Correa/APEquipe de saúde faz trabalho de prevenção contra o mosquito Aedes aegypti, que transmite doenças como a dengue e o vírus zika, no sambódromo da Sapucaí, no Rio de Janeiro - Crédito: Foto: Leo Correa/AP
O professor Eduardo Massad, da Faculdade de Medicina da USP, fez uma estimativa de que cerca de 15 pessoas devem ser infectadas pelo vírus da zika na Olimpíada. O cálculo leva em conta apenas os visitantes.

Ele calcula que a chance de ser picado durante o evento por um mosquito Aedes aegypti é de 3,5%. Já a chance de um turista ou atleta ser infectado é "mínima".

Segundo o professor, o risco individual de dengue é de 5 casos por 10 mil indivíduos. Já no caso da zika, a probabilidade é de 3 casos para cada 100 mil. Caso venham 500 mil pessoas para o evento, como é previsto, Massad avalia que cerca de 15 pessoas sejam infectadas pelo vírus da zika e, no caso da dengue, cerca de 250.

Ainda de acordo com Massad, o mosquito Aedes Aegyptix, da dengue e do vírus da zika, tem picos de transmissão. Em agosto, no entanto, a chance de ser picado é muito menor que em meses como fevereiro.

Mesmo com tal perspectiva, mais de 150 cientistas de 28 países pediram à Organização Mundial da Saúde (OMS) que a Olimpíada do Rio seja adiada ou transferida para outro lugar.

Entre os especialistas que assinam a carta aberta estão médicos da Fiocruz e das universidades mais renomadas dos Estados Unidos, como Harvard e Colúmbia.

Eles afirmam que a exposição de atletas e turistas ao vírus da zika no Brasil pode pôr em risco a saúde global.
"A probabilidade de você receber uma picada de Aedes Aegypti no Rio de Janeiro no Carnaval... você tem ideia? 99,9%. É inescapável. Se você for no Rio no Carnaval, você vai ser picada (o) por um Aedes", diz o professor, demonstrando que há muito mais risco de se visitar o Rio de Janeiro durante o mês do samba.


Medo do zika

O surto do vírus da zika no Brasil levou o britânico Greg Rutherford a decidir congelar esperma antes de viajar ao país para defender seu título olímpico no salto em distância nos Jogos em agosto.

A companheira de Rutherford, Susie Verrill, que não viajará para os Jogos com seu filho pequeno, disse que o casal tomou a precaução de congelar esperma por desejar ter mais filhos. "As notícias sobre o Zika não param de nos preocupar", escreveu ela na revista Standard Issue.

O ciclista norte-americano Tejay Van Garderen desistiu de participar da Rio 2016 na semana passada por causa do temor de que o surto possa representar riscos para sua esposa grávida.

Já co-apresentadora da rede norte-americana NBC, Savannah Guthrie, disse que está grávida e não irá viajar para cobrir a Olimpíada por conta de preocupações com o vírus da zika, que possui ligação com casos de microcefalia em bebês.

Riscos

A discordância na comunidade científica ganhou corpo no último dia 27, quando o grupo de especialistas em saúde, direito, bioética e esportes enviou carta aberta à OMS afirmando que a manutenção dos jogos no Rio seria "antiética".

"Um risco desnecessário é colocado quando 500 mil turistas estrangeiros de todos os países acompanham os Jogos, potencialmente adquirem o vírus e voltam para a casa, podendo torna-lo endêmico", dizia o texto.

O principal risco, na avaliação dos pesquisadores, seria que atletas contraíssem a doença e voltassem para suas casas em países pobres que ainda não foram afetados pelo surto da doença.

A OMS declarou que cancelar ou adiar os Jogos Olímpicos não vai alterar a disseminação internacional do vírus. O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos também afirmou que não vê razão para mudanças.

"O risco para mulheres grávidas é significativo, e elas não devem viajar para a Olimpíada ou outras áreas afetadas", continua a Organização.

"A OMS continua a monitorar a transmissão do vírus e seus riscos no Brasil e em outros países, para atualizar as recomendações, se necessário. E vamos continuar a fazê-lo."

A organização diz ainda que suas recomendações são fruto de contribuições de centenas de especialistas independentes e que o Comitê Emergencial é apenas "parte de um amplo leque de atividades conduzidas pela OMS para alcançar conclusões sobre o vírus".

O Comitê Rio 2016 declarou que tem certeza de que os jogos serão realizados na data estabelecida, com absoluta segurança. A prefeitura do Rio disse que o vírus da zika é uma preocupação mundial, e que vai intensificar as inspeções para eliminar os focos do mosquito transmissor do vírus.

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