A descoberta de um novo vírus letal, essa semana, na Bolívia, deixou o estado de Mato Grosso do Sul em alerta. O vírus Chapare, encontrado em roedores da Bolívia pode causar sintomas semelhantes aos da dengue, como febre, dor de cabeça, vômito, diarreia, dores nas articulações, erupções cutâneas e sangramento nas gengiva –, e que, por isso, o vírus possa ter circulado ao longo dos anos sem ser detectado.
A afirmação é da secretaria de Saúde do Estado de MS e da Sociedade Americana de Higiene e Medicina Tropical. Júlio Henrique Rosa Croda, um dos mais reconhecidos infectologistas do País, disse ao O PROGRESSO que devido às regras rígidas de saúde já adotadas por médicos em decorrência do Novo Coronavírus (Covid-19), fica praticamente impossível a contaminação. Além disso, a doença estaria apenas em ratos existentes no país vizinho.
“O vírus existe na Bolívia, nos roedores de lá, não é constatado a presença em roedores do Brasil, desta forma, é praticamente impossível o vírus chegar a Mato Grosso do Sul. Se um profissional da saúde brasileiro atender pacientes bolivianos com os sintomas, devido os cuidados e uso do Equipamento de Proteção Individual, dificilmente haverá a infecção. Ademais, as fronteiras estão fechadas por trinta dias, o que permite um maior controle sanitário”, garantiu.
O infectologista que, inclusive esteve ao lado do então ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta no início da pandemia de Covid-19, também ressaltou que, “se a pessoa não teve contato com roedores, a chance de contaminação é mínima”.
Vale destacar que a transmissão entre humanos acontece também por fluídos corporais, alimentos e água contaminados pela saliva, urina e fezes de ratos infectados, conforme observado pelo estudo de cientistas do CDC-EUA (Centro de Prevenção e Controle de Doença dos Estados Unidos).
A SES também garantiu que o Estado não precisa se preocupar com o Chapare, já que nunca foram registrados casos da doença no Brasil. Há registros de cinco bolivianos contaminados em 2019, sendo dois profissionais de saúde que atenderam um paciente. Do total, três faleceram. Anteriormente, havia informação de ocorrências em 2004, na cidade que deu nome ao vírus, na Bolívia.
Ponto Focal Nacional para o Regulamento Sanitário Internacional, do Ministério da Saúde chegou a encaminhar nota para a pasta com informações sobre o estudo no jornal inglês The Guardian.