Células imunes, marcadas em verde fluorescente,
cercadas pelas nanopartículas - Crédito: Foto: Peter DeMuth e
James Moon / MIT
Engenheiros do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveram um novo tipo de nanopartículas que pode aumentar a segurança e a eficácia de vacinas contra várias doenças, entre elas a Aids. As partículas consistem de esferas oleosas capazes de conduzir versões sintéticas de proteínas normalmente produzidas pelos vírus. A pesquisa foi publicada pela “Nature Materials”.Segundo Daniel Irvine, pesquisador que assina o artigo, essas partículas sintéticas obtêm uma resposta imunológica forte – em comparação às vacinas que usam vírus vivos –, mas são bem mais seguras. Ela está sendo testada em camundongos com uma vacina experimental contra a malária.
As vacinas protegem o corpo inserindo nele um agente infeccioso que faz o sistema imunológico reagir rapidamente se o encontrar novamente no futuro. Em algumas vacinas, como na da varíola ou na da poliomielite, é usado o vírus numa forma morta ou incapacitada. Em outras, como na da difteria, utiliza-se uma versão sintética ou outra molécula produzida por ele.
Quando uma vacina é produzida, os cientistas tentam acionar pelo menos um dos dois principais elementos do nosso sistema imunológico. Os linfócitos T atacam as células já infectadas, enquanto os linfócitos B produzem anticorpos que atacam vírus e bactérias presentes no sangue e em outros fluidos do corpo humano.
Para vírus que se alojam dentro das células, como é o caso do HIV, é preciso acionar os linfócitos T. A melhor forma de fazer isto é, de forma geral, usar o vírus morto ou incapacitado. No caso do HIV, no entanto, essa prática é perigosa demais.
Por isto, a ciência tem investido nas proteínas sintéticas, mas elas não obtêm uma resposta forte dos linfócitos T. É essa solução que Irvine espera ter encontrado. Em testes com camundongos, 30% de todas os linfócitos T dos animais imunizados se adaptaram especificamente à proteína da vacina. Segundo os cientistas que desenvolveram a pesquisa, esta é uma das melhores respostas já geradas.
No futuro, descoberta da nanopartícula poderá contribuir para o desenvolvimento de novas vacinas. “Definitivamente, há potencial suficiente e vale a pena explorá-lo com experimentos mais sofisticados e mais caros”, afirmou Irvine. (G1)