Segundo o Ceped, o mapeamento é feito a pedido do Ministério da Integração Nacional. Equipes multidisciplinares já visitaram todos os estados brasileiros, com exceção do Amazonas, que não autorizou o acesso ao banco de dados do estado, segundo o Centro.
“Nós visitamos as sedes de Defesas Civis estaduais e levantamos as ocorrências de desastre a partir de documentos da Defesa Civil, como Notificações Preliminares de Desastre (Nopred) e Avaliação de Danos (Avadan). Estamos coletando diversos dados, mas certamente teremos, ao final do estudo, as cidades mais afetadas por fenômenos climáticos pelo menos nos últimos dez anos”, diz ao G1 o professor Antônio Edésio, diretor do Centro.
Além das informações da Defesa Civil, eventuais lacunas serão preenchidas com consultas a informações divulgadas pela imprensa e dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O projeto tem mais de 30 profissionais envolvidos, entre engenheiros, geólogos, sociólogos e profissionais de informática.
Os dados coletados nesta primeira etapa do planejamento serão incluídos em um banco de dados nacional, mecanismo que ainda não existe no país. “É importante ter o banco de dados para mapear as cidades mais afetadas. O mapeamento vai permitir a priorização das ações do governo no que diz respeito à prevenção, e para onde devem ser destinados investimentos\", afirma Edésio. O banco de dados, segundo o Ceped, deve ser concluído em junho.
Na segunda etapa do projeto, os dados das catástrofes serão cruzados com informações sobre os locais afetados. Serão informações como dados pluviométricos, históricos e socioeconômicos, para traçar a vulnerabilidade das cidades. \"Há populações vulneráveis, mas bem preparadas e locais não tão vulneráveis, mas com a população despreparada, por exemplo. Isso será levado em conta”, diz. O desenvolvimento do software para o cruzamento desses dados já começou e ele deve ser colocado em funcionamento assim que a primeira fase do projeto for concluída.
Depois de definidas as áreas mais afetadas, a terceira etapa será a capacitação e treinamento dos profissionais de Defesa Civil para utilizar esse sistema. Para funcionar adequadamente, é fundamental que o banco de dados seja abastecido com frequência e precisão, para que o atlas com a série histórica de desastres se mantenha atualizado.
O Ceped afirma que os resultados parciais e final do estudo serão divulgados apenas pelo Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil.
(G1)