Parque eólico em área marítima próximo a Copenhague. - Crédito: Foto: Dennis Barbosa/Globo Natureza
A demanda energética mundial poderá ser suprida em 95 % por energias renováveis até 2050, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira (3) pela organização não governamental (ONG) WWF, em conjunto com a consultoria energética Ecofys.O relatório também afirma que, até 2050, a demanda energética total poderá ser 15 % à de 2005, graças a medidas ambiciosas de economia de energia. Isso apesar da previsão de aumento para a população, a produção industrial e o transporte de cargas e passageiros.
Atualmente, mais de 80% da energia global vem de combustíveis fósseis, mas o relatório diz que a energia nuclear, os combustíveis fósseis e a biomassa poderão ser praticamente abandonados nas próximas quatro décadas. Para isso, será preciso reduzir em pelo menos 60 % gastos com calefação de edifícios, por meio da melhora na eficiência energética e do uso de energia solar e calor geotérmico.
O relatório defende também a modernização das instalações elétricas, a adoção de redes \"inteligentes\" e a prioridade do transporte elétrico em escala global. Incentivos financeiros - como tarifas diferenciadas para a energia renovável - também teriam um papel importante nisso.
Outros pontos do relatório sugerem que o consumo per capita de carne deve cair pela metade até 2050 em países industrializados, mas aumentar em um quarto nas nações em desenvolvimento. O texto também diz que a população deveria ser estimulada a andar de bicicleta, caminhar e usar o transporte público, além de substituir aviões por trens.
O relatório estima que, até 2050, mantidas as atuais condições, a melhora da eficiência energética e a redução dos custos dos combustíveis permitirão uma economia anual de 4 trilhões de euros.
Por outro lado, serão necessários mais investimentos para aumentar a geração de energia renovável, modernizar os sistemas e melhorar a eficiência energética. Em um prazo de 25 anos, tal investimento deveria passar de 1 trilhão de euros por ano para 3,5 trilhões. Por volta de 2040, tais gastos começariam a serem revertidos, com a economia superando os custos.
Outro relatório, divulgado nesta semana pela Accenture e pela Barclays Capital, diz que a Europa precisará investir 2,9 trilhões de euros, ou 25 % de seu PIB, pelo período de dez anos para atender à sua demanda por energias com pouca emissão de carbono.