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Covid-19 pode deixar sequelas como fibrose, problemas neurológicos e AVC

Entre as mais comuns estão a tosse seca, cansaço, fraqueza muscular, dor de cabeça e a perda de olfato e paladar

02 Ago 2021 - 14h00Por Nathana Loureiro
Covid-19 pode deixar sequelas como fibrose, problemas neurológicos e AVC - Crédito: Divulgação Crédito: Divulgação

Após quase um ano e meio do início da pandemia causada pelo novo Coronavírus (Sars-Cov-2), ainda existem muitas dúvidas sobre a doença, especialmente com relação ao surgimento de novas cepas e as sequelas deixadas por ela. O que se sabe é que o vírus afeta principalmente os pulmões, porém existe uma variedade de outros problemas ocasionados pela doença. 
A médica infectologista Andyane Tetila, em entrevista ao O Progresso, esclareceu algumas dessas dúvidas. Ela explica que a nova variante Delta é altamente transmissível, podendo aumentar assim o surgimento de novos casos com maior facilidade.

Dra. Andyane Tetila, médica infectologista e mestre em doenças infecciosas e parasitárias pela UFMS

Quais os impactos da chegada da nova cepa, Delta?
A nova variante viral, denominada Delta, possui como diferencial a capacidade de ser mais transmissível, consequentemente, novos casos podem surgir com mais facilidade. Porém, temos observado que não se trata de uma doença mais grave, somente dissemina-se mais facilmente. Outra observação importante é a de que nos países onde a variante Delta já é predominante e disseminou-se, a grande maioria dos casos tem sido em indivíduos ainda não vacinados e, em sua maioridade, casos sem gravidade. Não houve aumento abrupto de internações, nem mesmo óbitos.

Em quais casos é possível notar sequelas deixadas pela Covid-19?
Os pacientes que tiveram quadros graves que exigiram internação, suporte em UTI e ventilação mecânica apresentam maiores chances de eventuais sequelas com possibilidade de persistirem.

Quais as principais sequelas deixadas pela doença?
Entre as sequelas mais comuns estão a tosse seca, cansaço, fraqueza muscular, dor de cabeça e a perda de olfato e paladar. Esses sintomas podem perdurar por algumas semanas/meses. Já as consequências sérias desencadeadas pela Covid-19 grave envolvem problemas pulmonares como a fibrose, um enrijecimento progressivo do pulmão, capaz de ocasionar falta de ar e má circulação sanguínea. Além disso, podem ocorrer problemas neurológicos mais graves, como sequelas variáveis de AVC (acidente vascular cerebral).

Quanto tempo elas podem permanecer no organismo após a contaminação?
As complicações mais severas, decorrentes dos quadros agudos de maior gravidade, são permanentes. Os pacientes necessitam de reabilitação e cuidados contínuos. Outras complicações, após quadros mais leves, tem permanecido por semanas a meses, de uma forma ainda não bem definida - fazendo parte da síndrome pós-covid.

Quais os riscos e o que pode ser feito no caso de sequelas persistentes?
O Instituto Nacional da Saúde dos Estados Unidos (NIH) preocupou-se com sequelas que não tiveram melhora com o tempo. Estes sintomas podem se tornar uma doença crônica decorrente da Covid-19. Entre os estudos realizados, pacientes com as complicações mais comuns após a infecção pelo vírus não apresentam melhora mesmo após 3 ou 4 meses. Apontam para a fadiga crônica, física e mental, entre as pessoas que se recuperaram da Covid-19, identificando efeitos também entre aqueles que sentiram sintomas leves da doença.

Considerando todo o exposto nesta fase pós-aguda da Covid-19. Vale trazer o conceito da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre “Reabilitação”, que caracteriza como um conjunto de medidas que ajudam pessoas com deficiências ou prestes a adquirir deficiências a terem a manterem uma funcionalidade ideal na interação com seu ambiente, reduzindo o impacto de diversas condições de saúde. Pode ser necessária desde a fase aguda ou inicial, logo após a descoberta, até a fase pós-aguda e de manutenção. Para otimizar a assistência, é importante o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar.  

Porque a Covid deixa sequelas?
A ‘tempestade inflamatória’ causada pela infecção libera uma série de substâncias que atacam órgãos variados e dificulta a recuperação. Uma revisão de literatura publicada pela revista Nature apontou pelo menos oito áreas que podem ser comprometidas pela infecção e que vão de sequelas cerebrais a dermatológicas.

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