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Bebida afeta memória e causa desejo duradouro por álcool, diz estudo

26 Out 2018 - 13h30Por EFE
Bebida afeta memória e causa desejo duradouro por álcool, diz estudo - Crédito: EFE/Patrick Seeger Crédito: EFE/Patrick Seeger

Uma só dose de bebida alcoólica pode afetar a formação da memória durante horas e causar desejos de longa duração por álcool, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira (25) pela revista especializada “Neuron”.

Uma equipe da Universidade Brown em Rhode Island, nos Estados Unidos, determinou que uma mudança molecular poderia ajudar a explicar por que alguns copos de vinho podem prejudicar a memória durante dias e porque motivos os alcoólatras podem ter uma recaída depois de décadas de abstinência.

Em uma análise realizada com moscas, que apesar de ter apenas 10.000 neurônios – em relação aos 100 bilhões dos humanos – compartilham algumas caraterísticas básicas conosco, o grupo liderado pela professora Karla Kaun encontrou uma área do cérebro “essencial” para justificar esta perda de memória prolongada.

“Todas as drogas – álcool, opiáceos, cocaína e metanfetamina – têm efeitos secundários adversos e fazem com que as pessoas tenham náuseas ou lhes causam ressaca, então por que nós as achamos tão gratificantes?”, perguntou Karla antes de começar o estudo.

Para resolver esta questão, Karla e a pesquisadora Emily Pertuccelli, da Universidade do Sul de Illinois, usaram ferramentas genéticas para desativar de maneira seletiva genes essenciais enquanto treinavam as moscas para que encontrassem álcool.

Uma das proteínas responsáveis da preferência das moscas pelo álcool é a notch, que faz parte de uma via de sinalização envolvida no desenvolvimento de embriões, e no desenvolvimento e na função cerebral adulta em humanos e em todos os animais.

As pesquisadoras descobriram que a notch ativa um gene chamado receptor de tipo dopamina-2, que produz uma proteína nos neurônios que reconhece a dopamina, neurotransmissor que faz “se sentir bem”.

“Sabe-se que um receptor similar à dopamina-2 está envolvido na codificação de se uma memória é agradável ou aversiva”, disse Emily, explicando que o álcool “sequestra” esta via de memória conservada para formar desejos.

Karla comentou que se este mecanismo funciona da mesma maneira em humanos, “um copo de vinho é suficiente para ativar o caminho, mas se volta à normalidade em uma hora”.

No entanto, depois de três copos, com um intervalo de uma hora, o caminho “só volta à normalidade depois de 24 horas”.

 

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