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Ciência

Acontece nesta semana a maior chuva de meteoros em uma década

09 Ago 2016 - 16h25
Chuva anual de meteoros, Perseida, vista no céu de Zheijang, na China - Crédito: Elysee Shen/Getty ImagesChuva anual de meteoros, Perseida, vista no céu de Zheijang, na China - Crédito: Elysee Shen/Getty Images
O céu de agosto promete trazer espetáculos imperdíveis. Uma das melhores chuvas de meteoros do ano tem seu auge na madrugada da sexta-feira, pouco antes do nascer do sol. O alinhamento de cinco planetas (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno), que poderá ser visto durante todo o mês, terminará com duas conjunções planetárias. No dia 24, Marte e Saturno se "encontram" e, no dia 27, Vênus e Júpiter se aproximam, criando belos e brilhantes pontos durante a noite.


Chuva de meteoros

Na madrugada de 12 de agosto, o fenômeno Perseidas promete uma média de 20 meteoros por hora e poderá ser visto por habitantes de todos os Estados do Brasil, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.

"A constelação de Perseu [local de onde os meteoros parecem surgir] aparece por volta das 3 horas na direção Norte do céu, mas o melhor horário para a observação é das 5 horas em diante, cerca de uma hora antes do alvorecer. Quanto mais ao Norte do país, melhor as chances de observar essa chuva de meteoros", explica Gustavo Rojas, astrônomo e físico da Universidade Federal de São Carlos (UFScar).

Eventos assim são causados por vestígios de cometas que, ao atingir a atmosfera terrestre, entram em combustão. Assim, é possível acompanhar por alguns instantes a trajetória iluminada desses fragmentos que parecem despencar do céu – por isso, são conhecidos como "estrelas cadentes".

O fenômeno Perseidas acontece quando a Terra passa, periodicamente, pelos estilhaços rochosos deixados pelo cometa 109P/Swift-Tuttle, descoberto em 1862 por Lewis Swift e Horace Parnell Tuttle. Sua radiante [local de onde os meteoros parecem se originar] é a constelação de Perseu, de onde vem o nome da chuva de meteoros.

Este ano, a Lua em sua fase crescente não deve atrapalhar a visualização do evento, que precisa de céu bem escuro e limpo para se observado. Para acompanhar os meteoros é preciso paciência, pois eles aparecem inesperadamente e é comum que haja longos períodos sem atividade.

"O ideal é procurar um lugar de céu mais escuro possível, afastado das luzes da cidade e programar de uma a duas horas de vigília, para que os olhos se acostumem com a escuridão. Nada de olhar para o celular a cada 5 minutos!", diz Rojas. "A radiante estará bem ao Norte e nunca fica alta no céu, resultando em um número reduzido de meteoros observados no Brasil."

Alinhamento planetário

Durante todo o mês de agosto, o belo alinhamento dos cinco primeiros planetas do nosso sistema solar poderá ser visto a olho nu no horizonte. Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno estarão visíveis no céu pouco depois do pôr do sol, por volta das 18h30. O fenômeno deve se repetir até a primeira semana de setembro e promete ser um belo espetáculo celeste.

O dia 16 oferece o melhor momento para encontrar Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol e o mais difícil de observar dos cinco. Ele estará com a maior distância angular do Sol, uma posição privilegiada para sua identificação, e poderá ser visto no horizonte Oeste.

De acordo com Rojas, o espetáculo dos cinco planetas "enfileirados" (apenas aparentemente, pois os planetas estão a milhões de quilômetros de nós) pode ser visto na faixa entre os horizontes Oeste e Leste do céu.

"Cerca de meia-hora depois de o Sol se pôr será possível ver Mercúrio, Vênus e Júpiter perto do horizonte, na constelação do Leão, enquanto Marte e Saturno estarão no alto do céu, na constelação do Escorpião", afirma o astrônomo.

No horizonte Oeste estarão Mercúrio, Vênus e Júpiter – sendo os dois últimos mais brilhantes que qualquer estrela, e bastante fáceis de identificar (Vênus é o mais brilhante e vai estar mais perto do horizonte). Marte e Saturno estarão bem no alto, no começo da noite. Marte é o mais brilhante nessa região do céu, com coloração levemente avermelhada. Saturno parece formar um triângulo com Marte e a estrela Antares, também de coloração avermelhada.

Caso não seja possível distinguir os planetas apenas olhando para o céu, alguns aplicativos podem ajudar. O Google Sky Map, Sky View ou Stellarium são os mais indicados pelos astrônomos.

Conjunções

Até o fim do mês, alguns planetas irão se aproximar, em um fenômeno conhecido como conjunção planetária. Eles parecerão tão perto um do outro que brilham como se fossem um. O melhor momento para acompanhar essas conjunções é logo após o pôr do sol. No dia 24, Marte e Saturno estarão muito próximos.

"Logo abaixo, Vênus, Mercúrio e Júpiter formarão uma espécie de triângulo no lado Oeste. Será uma bela observação", afirma o astrônomo Daniel Mello, do Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Mas o apogeu do alinhamento será três dias depois, quando Vênus e Júpiter parecerão um único e brilhante ponto na direção Oeste do céu. Os dois planetas são os corpos celestes mais brilhantes do céu depois do Sol e a Lua, portanto, sua aproximação promete ser bastante luminosa. No dia 27, eles poderão ser vistos na direção Oeste, próximo ao horizonte. Mercúrio estará bem perto, o que tem levado alguns astrônomos a falar em uma "conjunção tripla".

"Teremos três planetas em um interessante espetáculo. Júpiter e Vênus estarão tão próximos que parecerão um único astro muito brilhante, visto em todo o Brasil até por volta das 19h" afirma Mello.

A dica dos astrônomos para acompanhar as conjunções também é buscar um céu bem escuro, longe da poluição luminosa, com o horizonte limpo.

"Para ver a conjunção de Vênus e Júpiter, a sugestão é encontrar um local com horizonte Oeste completamente livre, sem prédios, árvores ou montanhas para aproveitar o fenômeno. Observar de locais altos (como o topo de prédios) também pode ser uma excelente opção", afirma Mello.

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