Mato Grosso do Sul teve registro, esse ano, de 1.335 boletins de ocorrência sobre estupros. Destes, 1.076 apontam para vítimas com idade inferior aos 18 anos, número que corresponde a 80,5% dos registros. Os dados são da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de MS (Sejusp), que divide as faixas-etárias em criança (0 a 11 anos) e adolescente (12 a 17 anos).
As crianças são a maioria das vítimas, e representam, sozinhas, 46,2% dos casos no Estado, com 618 registros. Já os adolescentes são o segundo grupo mais vulnerável, com 458 registros, que correspondem a 34,3% dos casos.
Vale reforçar que os números representam apenas aqueles casos que chegaram ao conhecimento da polícia, ou seja, o número de vítimas pode ser ainda maior.
Alarmante
O mais recente relatório do Anuário Brasileiro de Segurança Pública trouxe um cenário alarmante para Mato Grosso do Sul. A taxa de estupro no estado atingiu 94,4 por 100 mil habitantes, colocando o estado na quarta posição nacional, atrás apenas de Roraima, Rondônia e Acre. Em contraste, a taxa média nacional ficou em 41,4.
O relatório destacou que os menores de idade são as principais vítimas. Em 2023, foram registrados 2.183 casos de estupro de vulnerável no estado, um aumento de 9,6% em relação ao ano anterior. A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CDCA) da OAB-MS, Maria Isabela Saldanha, aponta que mais da metade desses crimes são cometidos por familiares.
Dourados se destaca como a quinta cidade do país, com mais de 100 mil habitantes, com a maior taxa de estupro: 98,7 por 100 mil habitantes. Três Lagoas aparece em sétimo, com uma taxa de 88,5. Campo Grande, uma das três capitais listadas, ocupa a 36ª posição.