Alunos do 7º ano A, B e C da Escola Municipal Professora Efantina de Quadros vivenciaram uma experiência única e transformadora com a visita ao Complexo Cultural Templo Girassol, em Dourados, que abriga o maior museu de orixás do Brasil. A atividade, realizada no último dia 6, marcou a culminância do projeto “Relações Étnico-Raciais e Educação Antirracista” conduzido pelas professoras Salvadora Cáceres Alcântara de Lima (Geografia), Kelly Cristina Silva Vieira (História) e Elisiane Natividade de Sales (Língua Portuguesa), com apoio da professora Saray Teresinha Ozelame, da secretaria da escola, e do professor Pedro Alcântara de Lima, da UFGD.
O projeto, inspirado na Lei 10.639/03, que determina o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas, foi desenvolvido ao longo do ano letivo de 2024. A iniciativa abordou conceitos de territorialidade, influência cultural e linguagem das matrizes africana e indígena. A proposta interligou disciplinas como História, Geografia, Ensino Religioso e Língua Portuguesa para explorar os impactos dessas culturas no Brasil e em Dourados, promovendo uma reflexão sobre a diversidade cultural e a luta contra a intolerância religiosa.
Educação antirracista em prática
Durante o mês de novembro, em celebração ao Dia da Consciência Negra (20 de novembro), as atividades foram intensificadas com foco nas influências africanas na sociedade brasileira. Os alunos estudaram os processos históricos de escravização, territorialidade, religiosidade afro-brasileira, e a presença de palavras e costumes de origem africana no cotidiano brasileiro.
A visita ao Complexo Cultural Girassol foi planejada para proporcionar um contato direto com um espaço sagrado de matriz africana. No local, os alunos conheceram aspectos culturais e religiosos, vivenciaram a espiritualidade do ambiente e ouviram relatos das pessoas que pertencem a essa tradição. Além disso, compreenderam a relação entre as religiões de matriz africana e a preservação do meio ambiente, já que a natureza é central para essas crenças.
Multiplicadores de conhecimento
A experiência também visou formar multiplicadores de conhecimento. Após um ano de estudos, os alunos agora possuem repertório para discutir intolerância religiosa, respeito à diversidade e a importância das contribuições afro-brasileiras para a construção do país. “Eles são nossos porta-vozes dentro e fora da escola, compartilhando aprendizados com colegas e familiares e ajudando a desconstruir preconceitos”, destaca a professora Kelly Vieira.
Compromisso com o currículo e a legislação
O projeto foi inteiramente alinhado ao currículo do Estado de Mato Grosso do Sul, reforçando habilidades previstas para as disciplinas envolvidas e promovendo o combate ao racismo e à intolerância religiosa. A professora Salvadora de Lima ressalta que o trabalho buscou não apenas cumprir as exigências legais, mas também contribuir para a formação cidadã dos estudantes: “O respeito à diversidade é essencial para a convivência em uma sociedade plural como a nossa.”
Encerramento e continuidade
A visita ao museu representou o encerramento do projeto, mas não o fim do aprendizado. A professora Elisiane Sales reforça que o objetivo é manter viva a discussão na unidade escolar: “Os alunos saem dessa experiência como agentes de transformação, levando adiante uma mensagem de respeito, empatia e valorização das raízes culturais do Brasil.”
Com projetos como esse, a Escola Municipal Professora Efantina de Quadros se consolida como uma referência em práticas educativas inovadoras e comprometidas com a construção de uma sociedade mais justa e antirracista.