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Plataforma on-line atrasa e alunos têm aulas por Whatsapp em Dourados

As atividades não presenciais estão ocorrendo desde a primeira quinzena de junho

28 Jul 2020 - 08h01Por Marli Lange
Marli Lange Especial para O Progresso  A Secretaria Municipal de Educação de Dourados (Semed) anunciou que vai lançar oficialmente no dia 3 de agosto, a plataforma de atividades on-line para os 28 mil alunos da rede municipal. O objetivo é facilitar os es - Crédito: DivulgaçãoMarli Lange Especial para O Progresso A Secretaria Municipal de Educação de Dourados (Semed) anunciou que vai lançar oficialmente no dia 3 de agosto, a plataforma de atividades on-line para os 28 mil alunos da rede municipal. O objetivo é facilitar os es - Crédito: Divulgação

A Secretaria Municipal de Educação de Dourados (Semed) anunciou que vai lançar oficialmente no dia 3 de agosto, a plataforma de atividades on-line para os 28 mil alunos da rede municipal. O objetivo é facilitar os estudos enquanto durar a pandemia do Coronavírus na cidade. A plataforma on-line já deveria estar no ar, mas uma série de ajustes que estão sendo feitos desde o mês passado, atrasaram o início das atividades.  Nesta semana os professores terão acesso a plataforma para se adaptar, conhecer tutoriais e fazer uma formação de como farão para manejar a nova ferramenta. Posteriormente, será aberto aos alunos, que serão cadastrados e distribuídas senhas de acesso.

Mas não foi por causa do “atraso” no acesso à plataforma on-line que os alunos das 46 escolas do ensino fundamental e dos 38 Ceims (Centro de Educação Infantil Municipal) deixaram de receber as atividades durante este período de pandemia, lembrou a coordenadora Pedagógica da Semed, Izabel Cristina Pereira Dias.    
As aulas do município foram suspensas em 18 de março por causa da pandemia do Coronavírus e a prefeitura antecipou as férias dos professores. Em 15 de maio a prefeitura de Dourados recebeu uma recomendação do Ministério Público Estadual para elaborar atividades escolares “não presenciais” para serem desenvolvidas durante o período da pandemia.

Em 29 de maio a prefeitura de Dourados baixou o decreto n° 2.614, determinando o retorno dos profissionais do Magistério Municipal  às atividades. Desde dia 8 de junho, aproximadamente, às escolas estão desenvolvendo atividades escolares de forma “não presencial”, ou seja, com os alunos estudando de casa. De acordo com Izabel, desde o mês passado a Secretaria de Educação está se organizando para atender de forma eficiente os alunos. A plataforma on-line será mais uma ferramenta que vai facilitar aos alunos e professores, se se tudo funcionar a contento, poderão dispensar o envio das APNs pelo whatsapp ou e-mail. Na plataforma on-line serão postadas todas as lições, de todas as matérias correspondentes a cada disciplina, a cada 15 dias. “O aluno poderá acessar a plataforma com a respectiva senha, que será disponibilizada, e baixar todas as lições e trabalhos, e posteriormente, fazer a devolutiva, pela própria plataforma”, explicou Izabel. Aqueles que não têm acesso a internet terão que continuar buscando as APNs nas escolas, informou ela.

De acordo com a coordenadora pedagógica, a maioria dos alunos tem acesso a internet e estão fazendo as atividades. O encerramento do ano letivo de 2020 vai acontecer em 22 de dezembro e até lá a previsão é que as aulas aconteçam desta forma, a menos que o município baixe outro decreto alterando o atual.
Izabel diz que a plataforma on-line terá um efeito positivo para a educação municipal daqui em diante. “Mesmo que acabar a pandemia e as aulas presenciais voltem ao normal, vamos continuar usando a plataforma on-line para realizações aulas e trabalhos extraclasse, eventualmente, é uma tendência mundial”, destacou.

Pesquisa
A coordenadora Pedagógica informou que a maioria dos 28 mil alunos estão fazendo as atividades mesmo sem a plataforma on-line, apenas recebendo as lições por meio de whatsapp e e-mail ou buscando as APNs nas escolas. “Temos tido um volume alto de devolutivas, isso mostra que os alunos estão se dedicando mesmo estando fora da sala de aula”, disse. Ela informou que a Semed fará nos próximos dias uma pesquisa de campo entre os 28 mil alunos matriculados na Rede Municipal para saber o grau de aceitação das aulas virtuais e também para identificar os alunos que não estão fazendo as lições por algum tipo de problema. “As escolas estão telefonando para esses alunos que não estão entregando as lições concluídas para saber o porquê isso ocorre. O objetivo, mesmo estando fora da sala de aula, é que o aluno faça as lições de forma aproveitável, segura e com condições de concluir o ano”, destacou a Izabel.

A diretora da Escola Municipal Clarisse Bastos Rosa e presidente do Conselho de Diretores das Escolas Municipais, Deumeires Morais, informou que mais de 80% dos alunos da sua escola estão tendo acesso aos conteúdos que são enviados a cada 15 dias, de todas as disciplinas, pelos whatsapp e e-mail. Quando recebe, o aluno tem mais 15 dias para dar a devolutiva para os professores, através do próprio grupo de whatsapp ou e-mail. “Eles fotografam e filmam. Tudo é comprovado através de imagens. Estão acontecendo as aulas virtuais normalmente, porém não pela plataforma, mas através dos grupos de whatsapp. A plataforma on-line vem como uma nova ferramenta para facilitar o acesso às atividades”, afirmou.

Simted
Para o integrante da diretoria do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação), Tiago Coelho, a plataforma on-line deveria servir apenas como uma ferramenta complementar às atividades pedagógicas, não como uma “obrigação”, já que os alunos estão tendo acesso aos materiais. As escolas estão armazenando os conteúdos em arquivos para posteriormente comprovar ao Ministério Público Estadual com a finalidade de garantir o encerramento do ano letivo de 2020.  Segundo ele, devido o excesso de trabalho dos professores e falta de um treinamento, os educadores  terão dificuldades, neste primeiro momento para abastecer a plataforma, já que é um modelo bastante complexo, segundo o sindicalista.  

“Para nós, neste momento, essa plataforma é desnecessária e ineficiente que vai sobrecarregar os professores e não vai atender eficientemente o estudante”, avaliou. Ele disse que essa “obrigatoriedade” por parte da prefeitura é que está pesando para os professores. “Disponibilizaram apenas um tutorial,  vai ser complicado já que é uma plataforma complexa de abastecer”, afirma ele.

Tiago Coelho acredita que as escolas, mesmo com a vigência da plataforma, vão continuar a enviar as APNs para os alunos pelos meios atuais, como forma de garantir que eles tenham acesso aos materiais até a adaptação completa da nova ferramenta.

Ele disse que o Simted ainda está conversando com a Secretaria Municipal de Educação para avaliar a melhor maneira de utilizar a plataforma on-line.
Questionada pela reportagem do Jornal O Progresso, a coordenadora pedagógica da Semed, Izabel Cristina Pereira Dias, informou que os professores vão receber formação para manusear a plataforma on-line, que deve ocorrer nesta semana. O local e horários estão sendo definidos.

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