O projeto intitulado “Pesquisando e extensionando conhecimentos afrocentrados, representatividade e saberes tradicionais quilombolas em escolas públicas de Mato Grosso do Sul”, coordenado pelas professoras Cíntia Santos Diallo e Núbea Rodrigues Xavier, do Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Educação, Gênero, Raça e Etnia (CEPEGRE), da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), é um dos 10 projetos selecionados, em âmbito nacional, para compor a Rede Antirracista, fomentada pelo Ministério da Igualdade Racial (MIR) e da Universidade de Brasília (UnB).
Com o desenvolvimento do projeto as professoras intencionam ampliar aprofundar a compreensão e análise sobre as relações étnico-raciais no Mato Grosso do Sul e seus impactos na Educação, de forma a elaborar e desenvolver atividades de pesquisa, ensino e extensão que contemplem a Lei 10.639/2003, a educação das relações étnico-raciais e a educação escolar quilombola. A partir de perspectivas contra-hegemônicas de construção, validação e difusão do conhecimento, como por exemplo, epistemologias africanas, pensamento afrocêntrico, perspectiva decolonial, além de outras elaboradas a partir do sul global. Assim como, desenvolver nas escolas públicas de educação básica, dos municípios de Dourados e Maracaju, atividades com professores/as e estudantes, pautadas em práticas pedagógicas emancipatórias que acolham os saberes produzidos africanos, afro-brasileiros/as, negros/as da diáspora e quilombolas.
O projeto com vigência de 12 meses foi contemplado com:
- 01 bolsa de Doutor 12 parcelas mensais no valor de R$ 3.100,00;
- 01 bolsa de Mestre 12 parcelas mensais no valor de R$ 2.100,00;
- 01 bolsa para Graduando de 12 parcelas mensais no valor de R$ 750,00.
A profa. dra. Cíntia Diallo explica que o CEPEGRE, no decorrer dos últimos dez anos acumulou conhecimento e experiência necessária para compor a Rede Antirracista fomenta pelo MIR e UnB, pois, “por meio de seus membros, ofertou dois cursos de Pós-graduação Lato Sensu sobre Currículo e a Diversidade, promoveu vários Seminários, Congressos, Lives, a respeito da educação das relações étnico-raciais e, além disso, elaborou e desenvolveu vários cursos de formação para docentes da Educação Básica, sobre a temática”, disse.
A professora, Núbea Xavier, pondera que “embora não se deva desconsiderar as diversas e multifacetadas ações para a implementação da lei 10.639/2003, empreendidas ao longo das duas últimas décadas, por pesquisadoras/es e instituições, o trato pedagógico da história e cultura afro-brasileira e africana e os saberes quilombolas na Educação Básica, ainda apresenta muitas lacunas e fragilidades, ou seja, ainda não está consolidado. Neste sentido, o financiamento de projetos que visam subverter está ordem são mais que bem-vindos, são necessários”, ressaltou.
Para além da pesquisa, o plano de trabalho do projeto Pesquisando e extensionando conhecimentos afrocentrados, representatividade e saberes tradicionais quilombolas em escolas públicas de Mato Grosso do Sul, visa o desenvolvimento de oficinas sobre como as diferentes culturas interagem com o meio ambiente, efeitos do racismo ambiental e os caminhos possíveis para a construção do acesso à justiça ambiental a todas as pessoas, sob a responsabilidade do pesquisador Jose N’diba Imbandú.