Na noite de terça-feira (26) o Programa UEMS Acolhe – Acolhimento Linguístico, Humanitário e Educacional a Migrantes Internacionais da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) iniciou o ciclo de certificações dos formandos do segundo semestre de 2024. A primeira cerimônia aconteceu no Salão Social da Paróquia São José Operário, em Dourados, com a presença de 121 formandos de todas as idades.
Também vão receber certificados de conclusão do curso 94 migrantes residentes em Campo Grande nesta quarta-feira (27), 19 alunos e alunas em Cassilândia no dia 30 de novembro, além de outros 20 formandos em Nova Andradina no dia 11 de dezembro. Ao todo são 254 pessoas vindas de outros países que concluíram o curso Português para Migrantes Internacionais: Módulo Acolhimento.
Vania Pereira Morassutti Benatti, Pró-reitora de Desenvolvimento Humano e Social (PRODHS), que esteve presente na cerimônia representando o Reitor da UEMS, Laércio de Carvalho, destacou a importância deste projeto de extensão como ferramenta para ‘superação de barreiras’. “Quero dizer que é uma satisfação estar aqui, em nome do Reitor Laércio, da vice-Reitora Luciana, para celebrar o sucesso desse programa. Este projeto de extensão é fruto do compromisso que a UEMS tem com a inclusão e acolhimento dos migrantes internacionais em Mato Grosso do Sul. A entrega destes certificados não representa apenas uma superação das barreiras linguísticas, mas também a construção de pontes que são sociais e culturais”, disse durante discurso.
Já o professor, João Fábio Neto, coordenador do Programa UEMS Acolhe, fez questão de enfatizar a característica de ‘tecnologia social’ do projeto que atende pessoas migrantes de países como a Venezuela e o Haiti, mas também de africanos, árabes, entre outras nacionalidades. "O que a UEMS vem realizando no que diz respeito a levar o seu conhecimento para populações mais vulneráveis é surpreendente. O Programa UEMS Acolhe é um belo exemplo disso. Nós temos inúmeros alunos que conseguem melhores empregos, muitos desses alunos nossos, que é um curso de extensão, se tornam alunos nossos de graduação e pós-graduação”, disse o coordenador.
O projeto formou neste semestre um total de nove turmas em Dourados, oito turmas em Campo Grande, duas turmas em Cassilândia e uma em Nova Andradina. Momentos antes do início da cerimônia em Dourados, a Coordenadora Setor de Acolhimento aos Refugiados, Migrantes e Apátridas, Vanessa Magalhães, chamou a atenção para o impacto direto nas vidas dos formandos.
“Além das aulas de português, eles acabam recebendo orientações através das oficinas de acolhimento. São orientações na área da saúde, na área do trabalho, na área da educação, como ingressar na Universidade por meio do processo seletivo exclusivo da UEMS para migrantes. O impacto na vida desses migrantes acaba abrangendo todas as áreas, e, principalmente, a questão do acolhimento e do afeto que eles recebem”, explicou a Coordenadora Vanessa.
O professor Arthur Banzatto compareceu a cerimônia representando o Comitê Estadual para Refugiados, Migrantes e Apátridas no Estado de Mato Grosso do Sul (CERMA/MS). Para ele, é importante o papel das Universidades no apoio a estas comunidades, apesar de existirem outros canais de auxílios públicos, mas que não dão conta de oferecer o atendimento em todas as esferas.
“O papel da UEMS com o curso de português como língua de acolhimento é muito importante, porque o idioma é algo básico para a integração local, para o migrante buscar os seus direitos, para ele poder se inserir no mercado de trabalho. A questão da revalidação do diploma, tanto de ensino médio, quanto de ensino superior, para que eles possam buscar melhores oportunidades de emprego. Essa questão é muito importante pois o migrante que está regularizado, com os seus diplomas validados, e que domina, ainda que o básico do idioma, vai com certeza, ter maiores oportunidades", explanou.
Durante a entrega dos certificados, a Aluna do Nível Intermediário do Polo São José Operário, Alexandra Quirama Urema, proferiu um relato de experiência obtida durante os meses de estudos que a fez melhorar seu entendimento e pronúncia de palavras da língua portuguesa. “Estou no Brasil há nove anos e decidi fazer este curso de Português por conta de algumas falhas na minha fala, principalmente porque eu trabalho com pessoas. Sou grata por ter a oportunidade de fazer este curso e desejo que vocês continuem com este projeto maravilhoso”, relatou.
O UEMS Acolhe é um programa institucional da UEMS ligado à Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários (PROEC), o objetivo é promover o acolhimento linguístico, humanitário e educacional dos migrantes internacionais por meio do curso de Português como Língua do Acolhimento. Atualmente o programa atende os migrantes com ajuda de 94 colaboradores voluntários e parceiros que participam ativamente das aulas – 28 em Dourados, quatro em Nova Andradina, 44 em Campo Grande e 18 em Cassilândia.