Uma academia localizada na região da Vila Progresso foi alvo de críticas nas redes sociais após publicarem a foto de três indígenas, duas delas crianças, andando pelas ruas da cidade sem máscaras.
Na legenda da publicação, o perfil no Instagram afirmou: "as academias são lugares de proliferação do Covid e precisam estar fechadas para que as pessoas fiquem com suas imunidades bem baixas, porém essas pessoas podem andar de bando sem máscara e se eu não me engano a aldeia estava cheia de Covid".
A foto aparenta ter sido tirada de dentro de um veículo e é evidente a expressão de surpresa das vítima, que foram expostas sem qualquer filtro de imagem.
Após a repercussão negativa a academia removeu a publicação. Internautas criticaram duramente a empresa e acusaram de racismo contra as indígenas.
"Bom pra saber onde nunca gastar tempo e dinheiro!", disparou uma internauta. Apesar da remoção, prints já circulavam por outras redes sociais. Em resposta a um dos comentários, a empresa afirmou que a publicação não teve teor preconceituoso.
"Sua interpretação está equivocada. Denunciei que a aldeia tem vários casos de Covid e o governo não cuida dos indígenas, e tampa buraco fechando academias como se estivesse cuidando. Não vi onde foi falado mal de índios", disse.
Apesar disso, a forma como a publicação expôs e se referiu as vítimas fotografadas não foi justificada.
REALIDADE AMENA
Ao contrário do que demonstra a publicação, os casos de infecção ao novo coronavírus apresentam uma realidade mais amenas, quando comparada à região urbana.
Segundo boletim atualizado ontem (14/7), os casos entre indígenas chegam a 168 enquanto na cidade o número já superou 3250 casos positivos. Esses números registrados da reserva são resultado de testagem em massa promovida pelos departamentos de saúde.
O PROGRESSO já havia destacado que quando a primeira indígena foi diagnosticada com Covid-19, em maio deste ano, uma onda de comentários preconceituosos tomou as redes sociais. O fato foi matéria em edição especial e pode ser conferida aqui.