Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o Brasil vem passando pela pior crise hídrica em 91 anos. A estiagem, além de impactar na geração e custo da energia elétrica, também afeta diretamente na produção de alimentos, ou seja, no setor do agronegócio nacional. No entanto, o engenheiro agrônomo Gilberto Bernardi está otimista com as previsões climáticas. “Na segunda quinzena de setembro esperamos chuvas bastante generosas, quando inicia a safra de verão. A expectativa é boa, mas, daqui para trás, [a falta de chuva] impactou de forma expressiva, senão severa”, analisa o agricultor.
Segundo Bernardi, houve frustração com a safra de milho, que demanda muita água e teve perdas consideradas muito graves. “A seca veio rebaixando níveis de produtividade em até 50% do que estava previsto. A previsão seria de 9 milhões de toneladas e resultou em 4 milhões de tonelada. E o milho está com alto preço. Também tiveram as pastagens secas que não desenvolverem. Seca, incêndios naturais, danos em áreas de pastagens e lavoura colhida prejudicaram. A palhada na superfície do solo nos dá a tolerância a altas temperaturas”, explica.
Para o profissional, as mudanças climáticas intensas, como as longas secas, chuvas volumosas, geadas entre outros fenômenos, são situações constantes com as quais o homem do campo lida. “Entre 2015 e 2016 enfrentamos períodos extremamente chuvosos. Encarar essa questão é algo comum da agricultura. Estamos sempre olhando para cima”, conta Gilberto.
Para o agrônomo, um dos meios de enfrentar a falta de chuva é o uso racional da água, com retenção de maior volume nas propriedades do que escoamento, técnica do plantio direto, que guarda carbono e água no solo, novas obras de irrigação na região, melhor aproveitamento da água nos mananciais e devolver essa água para o ciclo natural, além do uso das tecnologias disponíveis. Ele explica que os sistemas de previsão climática a curto e médio prazo têm boa eficiência e permitem um grau de confiança satisfatório.