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Com quebra da safra de milho produtores estudam alternativa

Dados do Siga/MS indicam que 63% das lavouras do Mato Grosso do Sul estavam em estado ruim e apenas 1% bom; produtividade caiu pelo menos pela metade após estiagem prolongada e cinco geadas

14 Set 2021 - 11h30Por Ana Paula Amaral
Engenheiro agrônomo e produtor rural Pedro Luiz da Costa - Crédito: DivulgaçãoEngenheiro agrônomo e produtor rural Pedro Luiz da Costa - Crédito: Divulgação

Os efeitos da estiagem prolongada no início do ciclo e a ocorrência de cinco geadas de intensidade moderada a forte no Mato Grosso do Sul já aparecem nos resultados do milho safrinha. Ainda não há dados oficiais, mas a estimativa é que a quebra na safra varie entre 50% e 60%, dependendo da região. O resultado desta equação trouxe prejuízos para muitos produtores e acendeu o alerta sobre a necessidade de maior planejamento das próximas safras.

No MS, a área plantada para o milho safrinha no ciclo 2020/2021 foi de 2,003 milhões de hectares - aumento de 5,7% quando comparada à temporada anterior, que foi 1,895 milhão de hectares. O prognóstico inicial, que previa volume 9,013 milhões de toneladas de grãos e uma produtividade média de 75 sacas por hectare, foi revisado e reduzido para 6,285 milhões de toneladas, com produtividade média de 52,3 sacas por hectare. A queda na estimativa é resultado de uma equação já conhecida pelos agricultores no inverno: estiagem prolongada, geada e até granizo em algumas regiões.

Segundo o Sindicato Rural de Dourados, o município já terminou de colher os 180 mil hectares plantados com milho safrinha. A produção, segundo o presidente Ângelo Ximenes, caiu pela metade, passando da média de 80 para 40 sacas por hectare. “Tivemos 72 dias de seca no início do desenvolvimento da planta e cinco geadas. No entanto, mesmo quem colheu pouco conseguiu cobrir os custos porque conseguiu vender a saca por R$ 90, que é um preço excelente”, explica.

O engenheiro agrônomo Flávio César de Carvalho colheu em média 40 sacas por hectare em duas propriedades entre Dourados e Fátima do Sul. Segundo ele, com relação à safra anterior, a quebra foi de 65%. “Mesmo que o resultado não tenha sido o esperado, a gente não pode desistir. Faz parte da nossa atividade e agora é seguir em frente e pensar na safra de soja”, afirma o produtor, que pretende semear a oleaginosa em 120 hectares até o dia 20 de setembro. 

Redução de riscos
O engenheiro agrônomo e produtor rural Pedro Luiz da Costa explica que há muita variação na produtividade dentro de uma mesma propriedade. Nas áreas plantadas mais cedo, ele conta que chegou a colher 80 sacas por hectare; já naquelas plantadas mais tarde, a produtividade foi de 10 sacas por hectare. A quebra na safra em uma área de 600 hectares plantados foi de 60%. “Neste momento, o produtor precisa parar e avaliar a situação, buscando alternativas para depender menos da chuva e contornar os efeitos do clima”, explica.

Segundo ele, a quebra na safra de milho foi provocada por uma série de fatores, que incluem também o plantio tardio devido ao atraso na safra de soja. “Se a gente voltar no tempo, foi uma soma de fatores. Por isso, é preciso planejar agora e adotar estratégias para que o resultado não seja o mesmo na safra seguinte. O produtor não pode correr tanto risco”, acrescenta.

Entre as alternativas para planejar a safra e evitar futuros prejuízos, está a rotação de culturas, utilizando parte da área para o cultivo de outras espécies forrageiras, como ervilhaca e aveia, aumentando assim a absorção de água no solo. “Se o produtor reservar 20% da área do milho para outras plantas forrageiras, em cinco anos terá criado um reservatório de água no solo, melhorando a absorção de nutrientes, o enraizamento e o controle de ervas daninhas”, explica.

Outra estratégia importante é respeitar o prazo indicado para as culturas – no caso do milho, preferencialmente o mês de fevereiro. “Para isso, é preciso plantar a soja agora, logo após o fim do vazio sanitário da soja. Se Deus mandar chuva, é importante plantar logo para colher no período certo”, acrescenta.

Outras medidas incluem o seguro agrícola, importante para cobrir eventuais prejuízos, e a implantação de sistemas de irrigação. “Temos acompanhado áreas com patamares de produtividade excelentes! Esta é uma alternativa que precisa ser avaliada pelo produtor, porque resolve o problema de stress hídrico e tem um retorno garantido em pouco tempo”, acrescenta.

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