O pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro deixou o secretário de saúde de Mato Grosso do Sul "perplexo". Geraldo Resende avalia a fala do chefe do executivo como uma tentativa de "descolar da crise".
Ontem (24/3), Bolsonaro foi em rede nacional minimizar a pandemia do coronavírus, sugerindo que os governadores e prefeitos que tivessem aderido a medidas restritivas voltassem atrás nos decretos, fazendo com que a rotina voltasse à normalidade.
Desde a semana passada o Governo do Estado, juntamente com vários municípios de MS, vem adotando estratégias para frear o contágio do novo coronavírus. A quarentena é uma das principais formas de evitar a propagação, mas na análise do presidente da República o que tem sido feito é "histeria".
"[O pronunciamento] não contribui em nada, desmobiliza um trabalho de conscientização que temos feito. Minha avaliação é a mesma de todos os secretários de saúde. Ele quer descolar da crise e acabou nos deixando perplexos, estarrecidos", disse Resente ao O PROGRESSO nesta quarta-feira (25/3).
Em Dourados o comércio foi fechado. Assim também os parques, escolas, creches, e a circulação de pessoas só é permitida até às 22h, retornando depois às 5h. A cidade ainda não confirmou nenhum caso do novo coronavírus, mas investiga nove suspeitas, cinco de pessoas residentes em Dourados e outras quatro de municípios vizinhos. Ao todo já foram notificados 28 pacientes, sendo 14 descartados e cinco excluídos por falta de critérios à Covid-19 (doença provocada pelo vírus).
Mato Grosso do Sul confirmou ontem à tarde 24 casos do novo coronavírus no Estado, 22 deles na Capital. Ponta Porã e Sidrolândia confirmaram um caso cada.
Ao todo já foram notificadas 329 suspeitas, sendo descartadas 256 e 11 excluídas. Atualmente 38 diagnósticos ainda seguem aguardando resultado.
Os dados nacionais mostram que até às 22h30 ontem (24), 2.271 casos de Covid-19 foram confirmados no Brasil, tendo ainda 48 mortos pela doença. O Rio de Janeiro registra seis mortos e São Paulo, 40. O Amazonas e o Rio Grande do Sul registraram a primeira morte causada pela Covid-19.