
"Um governo sem voto não será respeitado. Será, não só, um entrave às soluções que o país necessita, como será, ele próprio, a grande razão para a continuidade da crise", disse a presidenta afastada, em seu perfil oficial no Facebook.
Durante dez minutos, Dilma Rousseff afirma que seu governo foi vítima de "sabotagem", que foi eleita por 54 milhões de brasileiros e que "o que está em jogo" não é o seu mandato e, sim, "as conquistas dos últimos treze anos", quando ela e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva governaram o país.
"Quando uma presidenta eleita é cassada sob um crime que não cometeu, o nome que se dá a isto, no mundo democrático, não é impeachment, é golpe. Querem, na verdade, impedir a execução do programa que foi escolhido pelos votos majoritários. O golpe ameaça levar de roldão a democracia e as conquistas que a população alcançou nas últimas décadas", disse.
Assim como disse na manhã de ontem, a presidenta afastada ressaltou que o processo é frágil, e que não existe injustiça "mais devastadora do que condenar um inocente". Mais uma vez, ela justificou os decretos de crédito suplementar que assinou, motivação para a denúncia de impeachment, e disse que outros presidentes fizeram o mesmo, e que não há dívidas já que nada restou para ser pago.
Mencionando ter sofrido a dor da tortura durante o período em que lutou contra a ditadura, ela disse que "o que mais dói" neste momento é se perceber vítima de uma "farsa jurídica e política". "Não esmoreço. Olho para trás e vejo tudo o que fizemos. Olho para frente e vejo tudo o que ainda precisamos e podemos fazer. O mais importante é que posso olhar pra mim mesma e ver a face de alguém que mesmo marcada pelo tempo tem forças para defender suas ideias e seus direitos. Lutei a minha vida inteira pela democracia e aprendi a confiar na capacidade de luta do nosso povo" .
Vinte horas e 34 minutos após aberta a sessão, o Senado aprovou ontem o afastamento da presidente Dilma Rousseff e a instauração do processo de impeachment contra a petista por crime de responsabilidade. Dilma recebeu 55 votos pela retirada temporária dela, 22 contra. Não houve nenhuma abstenção. Com a decisão, a petista será afastada do cargo por até 180 dias, período em que deverá ser julgada por crime de responsabilidade, e o vice-presidente Michel Temer assume a presidência interina do País.
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