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“Precisamos ampliar armazenamento de grãos com urgência”, diz engenheiro agrônomo

Gilberto Nishioka explica que é preciso haver taxa de financiamento mais atrativo para construir silos nas fazendas

14 Set 2021 - 08h00Por Flávio Verão
Gilberto Nishioka é produtor rural e engenheiro agrônomo - Crédito: DivulgaçãoGilberto Nishioka é produtor rural e engenheiro agrônomo - Crédito: Divulgação

O posicionamento de Mato Grosso do Sul como um dos maiores produtores de grãos do país, com altos índices da produção agrícola, impõe ao campo um urgente desafio: espaço de armazenagem. Mas essa não é uma realidade apenas do território sul-mato-grossense, mas sim de todo o Brasil. O país é um dos maiores exportadores do mundo, com a previsão para a atual safra de uma produção acima de 270 milhões de toneladas de grãos, como soja, milho, arroz e feijão. 

A falta de espaço para armazenagem coloca o país em risco e reduz o lucro dos agricultores. O Brasil não tem onde guardar toda a produção que sai do campo, acumulando um déficit de armazenagem de 100 milhões de toneladas por safra. Engenheiro Agrônomo, produtor rural e diretor do Sindicato Rural de Dourados, Gilberto Nishioka diz que apenas 14% das fazendas no País têm armazéns ou silos. Enquanto isso, no Canadá são 85%, nos Estados Unidos 65%, e na Argentina, 40%. 

Há linhas de crédito no mercado para construção de armazéns e a ampliação da capacidade de armazenagem, contudo, Nishioka explica que é preciso que se tenha maior incentivo de financiamento com juros mais atrativos para vencer esse gargalo. 

Sem armazéns nas propriedades, os agricultores correm para vender a colheita com os preços do dia, para não acumular perdas. Com silos, seria possível guardar a safra e negociá-la aos poucos, ao longo do ano. Para o país, o problema ameaça a segurança alimentar. Sem ter onde guardar, o Brasil fica exposto a riscos de abastecimento, em caso de quebras significativas de safra, como ocorreu com o arroz no ano passado.

Os ganhos com a armazenagem de grãos em silos próprios, instalados dentro da fazenda, podem chegar a até 55%, já que permitem que o agricultor venda grãos no período da entressafra quando os preços estão mais altos, diz um estudo do Serviço de Aprendizagem Rural (Senar).

Esse lucro viria do planejamento da venda dos grãos ao longo do ano, da redução com os custos de frete e do aumento do rendimento da colheita, já que, sem filas logo após a colheita, o produtor não perde parte da produção no transporte.

Conforme Gilberto Nishioka, graças a cursos oferecidos pelo Senar e sindicatos rurais tem sido possível aumentar o incremento da produtividade no campo, mantendo preservação das florestas, garantindo, inclusive, sistemas em Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). 

O engenheiro agrônomo diz que hoje se fala muito em agricultura de baixo carbono, que é o avanço nas soluções sustentáveis para a produção no campo e a melhoria da renda do produtor rural, com foco no enfrentamento da agropecuária às mudanças do clima. “Estamos caminhando para esta nova promoção de agropecuária e Mato Grosso do Sul tem se destacado entre os outros estados”, afirma Nishioka. 

A agricultura de baixo carbono tem como proposta a promoção da recuperação e conservação da qualidade do solo, da água e da biodiversidade, valorizando as especificidades locais e culturas regionais, expandindo o conjunto de iniciativas para a promoção da produção agropecuária sustentável.

O protocolo de rastreabilidade Carne Carbono Neutro, desenvolvido pela Embrapa Gado de Corte e gerenciado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), certificou no mês passado a primeira propriedade rural brasileira, localizada em Santa Rita do Pardo (MS).O selo valoriza o mercado interno e aumenta a visibilidade da carne brasileira com potencial para ampliar as exportações do produto.

O Carne Carbono Neutro trabalha os sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Lavoura-Pecuária (LP) para neutralizar os gases de efeito estufa emitidos pelo processo produtivo da bovinocultura de corte. O foco é a pastagem como fonte principal de alimento do rebanho, incentivando a recuperação de áreas degradadas.

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