O “caça as bruxas” adotado pelo partido é semelhante ao que está sendo praticado no PTB, que não deseja ver mais em seus quadros membros de diretórios, dirigentes e militantes que foram infiéis, ou seja, aqueles que pediram voto para candidatos de outras legendas no último pleito.
Na prática, esses partidos querem colocar ponto final na chamada “infidelidade partidária”, gesto que se transformou em uma espécie de promiscuidade política no país, o que é condenado pela TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
O diretório estadual do PPS se reúne nesta sexta-feira (25), às 17h, na sede do partido, em Campo Grande, para analisar relatórios de 17 diretórios municipais, de cidades nas quais o desempenho da legenda não foi satisfatório nas eleições de 2010 em Mato Grosso do Sul.
Caso seja constatado que o resultado foi reflexo da falta de dedicação dos dirigentes ou mesmo apoio a candidatos de outros partidos, incorrendo em infidelidade partidária, os diretórios poderão ser dissolvidos ou reestruturados.
De acordo com informações do presidente regional do PPS, vereador Athayde Nery, a medida segue orientação nacional que visa o fortalecimento do partido para enfrentar as eleições 2012.
“O PPS tem que estar preparado para o próximo pleito. Não podemos permitir que entre nossos filiados estejam pessoas que demonstrem descompromisso com o partido, de que adianta termos vereadores e prefeitos, se na hora das eleições eles apóiam candidatos de outras legendas”, enfatizou Athayde.
A Comissão de Ética do PPS está analisando o caso de 28 filiados, entre vereadores, prefeitos e dirigentes, se configurado casos de infidelidade partidária. Os “camaradas” podem ser punidos com desligamento da legenda, como já ocorreu com o prefeito de Jaguariúna (SP), que apoiou publicamente a candidatura de Dilma Rousseff (PT).
“Estamos analisando os casos e o relatório final, com pareceres, serão entregues para a executiva estadual na próxima semana”, informou Carine Giaretta, presidente da Comissão de Ética.