Chefe de uma organização criminosa que atua há 40 anos no Rio de Janeiro. É o que as investigações da Lava Jato no Rio de Janeiro se basearam para prender o ex-presidente Michel Temer nesta quinta-feira em operação que também levou o ex-ministro Moreira Franco e outras seis pessoas para a prisão. Os outros detidos são em sua maioria empresários.
"Michel Temer é o líder da organização criminosa a que me referi, e o principal responsável pelos atos de corrupção aqui descritos", afirmou o juiz Marcelo Bretas da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro.
O ex-presidente teve a prisão preventiva determinada após a delação de José Antunes Sobrinho, dono da Engevix, que revelou o pagamento de R$ 1 milhão em propina, a pedido do coronel João Baptista Lima Filho (amigo de Temer), do ex-ministro Moreira Franco e com o conhecimento do presidente Michel Temer para fechar contrato em um projeto da usina de Angra 3.
A investigação apura os crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro, pagamentos ilícitos feitos por determinação de José Antunes Sobrinho para o grupo criminoso liderado por Michel Temer, segundo a Lava-Jato do Rio de Janeiro. Possíveis desvios de recursos da Eletronuclear para empresas indicadas pelo grupo também são investigados. A estimativa é que a organização criminosa tenha lucrado mais de R$ 1,8 bilhão.
O ex-presidente Michel Temer responde a outros nove inquéritos, sendo que após sair da presidência, cinco deles saíram do Supremo Tribunal Federal (STF) e foram para a 1ª instância.
Prisão Preventiva
Michel Miguel Elias Temer Lulia;
João Baptista Lima Filho (Coronel Lima);
Wellington Moreira Franco;
Maria Rita Fratezi;
Carlos Alberto Costa;
Carlos Alberto Costa Filho;
Vanderlei De Natale;
Carlos Alberto Montenegro Gallo.
Prisão Temporária
Rodrigo Castro Alves Neves;
Carlos Jorge Zimmermann