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BRASÍLIA - Senadores da comissão de Educação criticaram o livro \'Por uma vida melhor, da coleção Viver, Aprender, distribuído pelo MEC para cerca de 485 mil alunos jovens e adultos de mais de 4 mil escolas. O livro aceita erros de concordância na linguagem oral. A publicação diz ser válidas construções como “nós pega o peixe”. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), ex-ministro da Educação, disse que o país não pode criar duas formas de se falar e lembrou que, nos concursos públicos, cobra-se o português correto. “É um erro nós dividirmos português de rico educado e de pobre não educado”. As críticas também foram feitas pelos senadores Paulo Bauer (PSDB-SC), Waldemir Moka (PMDB-MS), e Roberto Requião (PMDB-PR).
Em nota enviada pelo MEC, a autora Heloisa Ramos diz que é preciso deixar de lado a conotação de certo e errado na língua e adotar os termos adequado ou inadequado.
A comissão de Educação do Senado deve ouvir o Ministro Fernando Haddad na próxima semana sobre a politização de livros didáticos e a presença em livros de português de exemplos de frases com erros de concordância. O Ministro foi convidado para participar de audiência pública nesta terça-feira , mas não compareceu.
A audiência pública era sobre as \"críticas ao governo de Fernando Henrique Cardoso e elogios ao governo de Luís Inácio Lula da Silva\" nos livros didáticos aprovados pelo Ministério da Educação. Os parlamentares ouviram apenas o presidente da Associação Brasileira de Editores de Livros Didáticos (‘Abrelivros), Jorge Yunes. Os representantes do MEC não participaram da Mesa.
Para a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), tanto a politização quanto os erros de concordância nos livros didáticos são duas questões muito sérias e que vieram à tona na mesma época. “Preocupação com conteúdo, ideologia, é preocupação do MEC, sim! Quem tem que ser responsável pela boa formação dos nossos estudantes não é a editora, mas quem dirige a educação no país”.
Ao condenar críticas presentes em alguns livros didáticos ao governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, o senador Cyro Miranda (PSDB-GO) observou que a legislação em vigor proíbe a doutrinação política ou religiosa em livros didáticos.