
Uma nova manifestação aconteceu ontem no Paraguai, sacudido desde sexta-feira por protestos exigindo a renúncia do presidente Mario Abdo Benítez, a quem os manifestantes acusam de mau desempenho na gestão da crise sanitária ligada à Covid-19 e de corrupção.
Em meio à crescente pressão, os quatro partidos da bancada liberal paraguaia decidiram levar adiante um julgamento político do presidente — dispositivo análogo ao do impeachment, cujo trâmite ocorre de modo rápido.
A decisão de exigir a saída de Abdo do poder já havia sido cogitada desde o primeiro dia pela frente liberal, de centro-direita, e agora decidiram de fato seguir em frente.
Três parlamentares devem preparar a calúnia acusatória contra o presidente e seu vice, Hugo Velázquez.
Segundo o deputado Celso Kennedy, um dos coautores, a denúncia deve ser apresentada na semana que vem.
Para que o processo avance, são necessários dois terços da Câmara dos Deputados — 53, caso estejam presentes os 80 parlamentares.
Embora o presidente tente abafar os protestos nomeando novos ministros e prometendo mudar de curso, a pressão permanece alta. Ontem, as manifestações coincidiram com a marcha tradicional para o Dia Internacional da Mulher.
A manifestação feminista reuniu em Assunção mil pessoas na Plaza de la Democracia. Com o slogan “Vivas, diversificadas e com direitos”, as mulheres também se juntaram a quem exigia a renúncia do presidente.
Descontentamento
A chegada de apenas 4 mil doses de vacinas Sputnik V destinadas ao pessoal de terapia intensiva em hospitais gerou descontentamento que mira o governo.
O presidente chileno, Sebastián Piñera, ajudou Abdo enviando imediatamente 20 mil doses de vacinas de Coronavac, na China, para profissionais de saúde, no sábado passado.
Por sua vez, o presidente do Senado paraguaio, Oscar Salomón, anunciou nesta segunda-feira que em poucos dias chegarão mais 36 mil doses da vacina contra a Covid-19.
O Paraguai, com pouco mais de 7 milhões de habitantes, espera, sem datas precisas, a importação de 4 milhões de vacinas pelo sistema Covax estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), além de um milhão de doses da Sputnik V.
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